por Ademar Lourenço, de Brasília
O sábado foi marcado por duas manifestações
em Brasília. Nas ruas do centro da cidade três mil pessoas fizeram a marcha das
vadias, que já estava marcada com antecedência. Próximo ao Congresso Nacional,
um número parecido de pessoas fazia mais uma "marcha do vinagre",
protestando contra a corrupção.
Além de
diferentes demandas, a cara de cada um dos atos foi diferente. A marcha das
vadias reunia a militância dos grupos de esquerda. Gente que já tem uma tradição
de organização e luta. Como no mundo todo, a manifestação denunciou a cultura
do estupro, que culpa a mulher que é violentada, e levantou as bandeiras históricas
do movimento feminista.
Já a marcha do
vinagre reuniu pessoas que estão começando agora a se organizar, em sua maioria
jovens. Foi algo parecido com a grande manifestação de quinta: sem uma direção
clara, sem uma reivindicação definida. Foi um protesto basicamente contra a
corrupção.
Foi uma pena as
duas manifestações não terem se juntado. Seria um grande ato contra a opressão,
pedindo o fora Feliciano e a punição dos corruptos. Do lado da marcha do
vinagre, o repúdio aos grupos organizados. Do lado da marcha das vadias, a
influência da militância petista, que não queria desgastar o governo. O 'gigante acordou, mas ainda usa
fraldas'.
Periferia começa a entrar em cena
Quem é de fora pensa que apenas a classe média, composta por servidores públicos que moram no centro da cidade, se mobilizou. Isto é um erro. Na manifestação de quinta e na marcha do vinagre a maioria era de classe média, mas havia um número considerável de pessoas da periferia. Os ônibus que vinham de algumas cidades satélites estavam cheios de manifestantes na quinta-feira.
Quem é de fora pensa que apenas a classe média, composta por servidores públicos que moram no centro da cidade, se mobilizou. Isto é um erro. Na manifestação de quinta e na marcha do vinagre a maioria era de classe média, mas havia um número considerável de pessoas da periferia. Os ônibus que vinham de algumas cidades satélites estavam cheios de manifestantes na quinta-feira.
A periferia
começa a se mover. Na sexta-feira, uma rodovia que liga o centro de Brasília ao
sul da cidade foi bloqueada. Pneus foram queimados e pessoas pediam melhorias
no transporte. Em Cidade Ocidental, região do entorno do Distrito Federal,
também houveram manifestações por melhoria no transporte.
Na academia, no
ônibus, no bar, dentro de casa, só se fala das mobilizações. O assunto
monopolizou o debate na cidade, inclusive nos bairros distantes. Mesmo quem não
foi a nenhum ato ouve atentamente qualquer comentário sobre o que está
acontecendo. Sobre a Copa das Confederações, ninguém parece se interessar.
Veja mais fotos:
Vários movimentos feministas participaram da Marcha das Vadias |
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