sexta-feira, 28 de junho de 2013

Enquanto jogava a seleção, BH foi pra rua protestar

DA REDAÇÃO

Na quarta-feira (26/05), Belo Horizonte sediou o jogo da semifinal da Copa das Confederações entre Brasil e Uruguai. A intensa convocação pela internet e redes sociais para um protesto por serviços públicos de qualidade e contra os altos gastos da Copa já deu desde antes ares de megamanifestação. Por outro lado, a se sabia que o movimento seria duramente reprimido pela política militar de Minas Gerais.

Cerca de 40 mil pessoas participam das manifestações em Belo Horizonte, segundo a Polícia Militar de Minas Gerais. A maioria do grupo seguiu, em clima pacífico, pela Avenida Antônio Carlos, em direção ao Mineirão, estádio onde a seleção brasileira de futebol irá enfrentar o Uruguai às 16h pela semifinal da Copa das Confederações. A passeata foi iniciada na Praça Sete e imediações, de onde saíram aproximadamente 15 mil pessoas e o número de participantes foi aumentando.


Próximo de 14h, o ato já contava com mais de cinco mil pessoas, e uma assembleia foi realizada para decidir o percurso e decidiu marchar até as proximidades do estádio do Mineirão percorrendo a Avenida Antônio Carlos, que liga o Centro à Pampulha (UFMG, Mineirão, Lagoa da Pampulha etc.), onde ocorria o jogo da seleção brasileira contra a seleção uruguaia, às 16h. Assim, o ato repetiu o trajeto dos atos da segunda-feira (17/06) e do sábado (22/06). 

Houve a participação de professores estaduais, Movimento Sem Terra, Movimento Sem Teto, moradores da periferia e favelas, movimentos populares, atingidos/despejados pela Copa, feministas, LGBTs, estudantes secundaristas e universitários, policiais civis, partidos, sindicatos, médicos, advogados, entre tantas outras organizações e independentes.

Entre 14h e 16h, milhares de pessoas iam se somando ao ato e marchando de modo disperso. No total, foram cerca de 60 mil pessoas em protestos divididos em blocos. Havia protestos contra a Copa do Mundo da FIFA, pela desmilitarização da Polícia Militar e o fim da repressão, por gastos públicos com saúde (contra o ato médico, a privatização), moradia (realocação dos moradores despejados pelas obras da Copa, por moradias para os sem teto, respeito às ocupações de moradias populares etc.), transporte (ampliação do metrô, redução das tarifas e passe livre para a juventude), entre outras reivindicações.

A repressão foi incessante entre 18h e 22h, com a PM removendo os manifestantes das ruas usadas pelo ato com violência, enquanto a juventude resistia com barricadas, escudos improvisados e pedras. A Polícia Militar esteve com um trio elétrico desde a Pampulha até o Centro da capital mineira com o dizeres: "Estamos devolvendo a cidade para as pessoas de bem, nesse momento histórico de resgate da democracia" e fazendo distinção entre "cidadãos de bem" e "bandidos, arruaceiros".

Torcedor barrado
No Mineirão, torcedor com camisa que pedia "Saúde padrão Fifa" é barrado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário