Por Juzerley Santos
Mesmo
após o recuo de diversas prefeituras, dentre elas São Paulo e Rio de Janeiro, e
que vem sendo seguidas por inúmeras outras em um verdadeiro efeito dominó novas
manifestações de massa e intensamente radicalizadas ocorreram em mais de 100
cidades espalhadas pelo país.
De capitais como São Paulo, Recife,
Manaus, Belém, Fortaleza, Brasília, Vitória e Salvador, passando por cidades
médias como Campinas, Ribeirão Preto e Ilhéus, até cidade menores como Rio das
Ostras-RJ, Catalão-GO e São José Ribamar-MA as pessoas tomaram as ruas para
reafirmar que a luta não se resumia a 20 centavos e que tem de continuar por
direitos básicos como saúde, educação, moradia e contra a gastança desenfreada
dos megaeventos.
Em todas elas, radicalização e enfrentamento com as forças policiais foram uma tônica. Em Brasília ocupação do prédio do Itamaraty. Em Salvador ataque contra veículos e o hotel usado pela Fifa. Em Belém e várias outras vimos cercos a prefeituras, câmaras legislativas e prédios ligados públicos, além da depredação de agências bancárias e saques a lojas.
Mas no Rio de Janeiro, palco do maior ato deste levante até agora, com estimativas entre 300 mil a 1 milhão de participantes, o caldo entornou de vez e os setores conservadores que tentam se apropriar das manifestações perderam o controle.
Após tentativa de invasão da prefeitura carioca, dura repressão da policia militar usando a tropa de choque, a cavalaria e até o caveirão do famigerado Bope espalhou em várias direções pelo centro do Rio dezenas de grupos formados por centenas e até milhares, que seguiram protestando e radicalizando pelas ruas.
Quem teve a oportunidade de ver, como eu, da janela do 18º andar de um prédio pessoas, sozinhas, em duplas, em trios ou ainda em pequenos grupos chegando a Praça da Cinelândia a analogia com zumbis andando sem rumo por uma cidade esvaziada vinha logo a mente[1].
Logo depois uma passeata animada, com talvez 3 a 5 mil pessoas ocupou toda a Cinelândia e manteve fechada a famosa avenida Rio Branco. O que eles pretendiam? Certamente continuar a protestar. E tinha um alvo interessante bem à sua frente: a Câmara de Vereadores, conhecida por seu passado e presente corruptos, como "Gaiola das Loucas".
A Polícia Militar logo se fez presente, com uma tropa de choque que sem nenhum tipo de negociação ou aviso chegou atirando sem nenhum controle ou distinção balas de borracha, bombas de gás, e dizem meus ouvidos experientes, tiros de verdade.
A visão do Apocalipse Zumbi retornou, quando mesmo sob fogo cerrado da polícia centenas de manifestantes depois de se espalhar avançaram pra cima da tropa de choque conseguindo fazer o destacamento retroceder até as proximidades do Quartel General da PM fluminense.
Talvez o medo, se não pavor, de ver a sede da PM atacada, como já havia sido atacada uma delegacia policial mais cedo nas proximidades fez com fosse chamado um enorme reforço com policiais do Choque, do Bope com seu caveirão e agentes da Força Nacional; que depois de quase uma hora de intenso enfrentamento conseguiram dispersar os manifestantes, que provavelmente seguiram protestando e confrontando a polícia em outros locais.
A visão das ruas e instalações do centro do Rio remeteria facilmente a personagens de filmes de zumbi, que após sono profundo, acordam sem entender por que massas de pessoas estão a andar de um lado para o outro em meio a um caos instalado.
Em todas elas, radicalização e enfrentamento com as forças policiais foram uma tônica. Em Brasília ocupação do prédio do Itamaraty. Em Salvador ataque contra veículos e o hotel usado pela Fifa. Em Belém e várias outras vimos cercos a prefeituras, câmaras legislativas e prédios ligados públicos, além da depredação de agências bancárias e saques a lojas.
Mas no Rio de Janeiro, palco do maior ato deste levante até agora, com estimativas entre 300 mil a 1 milhão de participantes, o caldo entornou de vez e os setores conservadores que tentam se apropriar das manifestações perderam o controle.
Após tentativa de invasão da prefeitura carioca, dura repressão da policia militar usando a tropa de choque, a cavalaria e até o caveirão do famigerado Bope espalhou em várias direções pelo centro do Rio dezenas de grupos formados por centenas e até milhares, que seguiram protestando e radicalizando pelas ruas.
Quem teve a oportunidade de ver, como eu, da janela do 18º andar de um prédio pessoas, sozinhas, em duplas, em trios ou ainda em pequenos grupos chegando a Praça da Cinelândia a analogia com zumbis andando sem rumo por uma cidade esvaziada vinha logo a mente[1].
Logo depois uma passeata animada, com talvez 3 a 5 mil pessoas ocupou toda a Cinelândia e manteve fechada a famosa avenida Rio Branco. O que eles pretendiam? Certamente continuar a protestar. E tinha um alvo interessante bem à sua frente: a Câmara de Vereadores, conhecida por seu passado e presente corruptos, como "Gaiola das Loucas".
A Polícia Militar logo se fez presente, com uma tropa de choque que sem nenhum tipo de negociação ou aviso chegou atirando sem nenhum controle ou distinção balas de borracha, bombas de gás, e dizem meus ouvidos experientes, tiros de verdade.
A visão do Apocalipse Zumbi retornou, quando mesmo sob fogo cerrado da polícia centenas de manifestantes depois de se espalhar avançaram pra cima da tropa de choque conseguindo fazer o destacamento retroceder até as proximidades do Quartel General da PM fluminense.
Talvez o medo, se não pavor, de ver a sede da PM atacada, como já havia sido atacada uma delegacia policial mais cedo nas proximidades fez com fosse chamado um enorme reforço com policiais do Choque, do Bope com seu caveirão e agentes da Força Nacional; que depois de quase uma hora de intenso enfrentamento conseguiram dispersar os manifestantes, que provavelmente seguiram protestando e confrontando a polícia em outros locais.
A visão das ruas e instalações do centro do Rio remeteria facilmente a personagens de filmes de zumbi, que após sono profundo, acordam sem entender por que massas de pessoas estão a andar de um lado para o outro em meio a um caos instalado.
dirley@agencianota.com
[1] A
analogia com o Apocalipse Zumbi devo ao companheiro Rodrigo Noel que aludiu a
cenas de The Walking Dead para me relatar o que viu após dura repressão a
manifestação realizada em Niterói.
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