segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Vozes palestinas ecoam em diversas cidades do mundo o horror do massacre que Israel comete em Gaza


Arte do chargista Latuff
   Desde de quarta-feira (14) vem acontecendo protestos em diversas cidades. Todas as manifestações pedem o fim dos ataques assassinos de Israel na Faixa de Gaza. Todos bradam por uma Palestina livre e soberana. Em Londres (Inglaterra), Cairo (Egito), Paris (França), Amsterdan (Holanda), São Paulo (Brasil), Edimburgo (Escócia), Nova York, São Francisco, Boston e Clevelend (EUA), Santiago (Chile), Madri (Espanha), Istambul (Turquia), Genebra (Suiça) e ainda as cidades de Tel-Aviv e Jerusalém – onde parte importante do povo é contra essa ação criminosa do governo israelense. Em todas essas cidades e outras manifestantes vão às ruas para denunciar mais este ataque assassino, que promete derramar ainda mais sangue palestino nos próximos dias.

   Para os cerca de 50 palestinos mortos e mais de 200 feridos morreram três israelenses. Ainda assim, conforme publicou a BBC Brasil, o primeiro-ministro de Israel, Biniyamin Netanyahu, afirmou neste domingo que o Exército israelense está pronto para “expandir significativamente” suas operações em Gaza, elevando os rumores sobre uma possível invasão terrestre iminente do território palestino. Ou seja, serão mais mortes.

   Por isso, é necessário a ampliação urgente da campanha em defesa do povo palestino. A CSP-Conlutas convoca todas suas entidades filiadas e as estaduais a realizarem manifestações de apoio ao povo palestino e a denunciarem os ataques assassinos de Israel contra este povo. Queremos a Palestina para os palestinos. 

São Paulo – Havia um pouco mais de cem pessoas, mas pareciam conter a voz de milhares. Força, garra e solidariedade exalavam na avenida Paulista com os brados que denunciavam o horror israelense sobre o povo palestino.

   Ali todos eram palestinos, árabes, mesmo que fosse somente de coração, para defender e mostrar ao mundo que aqueles incansáveis lutadores não estão sozinhos. “O povo palestino é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo”. Com esse grito de guerra conhecido do movimento, começava a caminhada que sairia do Masp até a esquina da Paulista com a Augusta, em frente ao banco Safra.

   A iniciativa organizada por entidades de apoio às lutas do povo árabe, entre elas, o Comitê de Apoio ao Povo Palestino e o Mopat (Movimento Palestina para Todos), reuniu também diversos sindicatos, como a Apeoesp, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, assim como o MNOB (Movimento Nacional de Oposição Bancária), além de representações de estudantes da USP, o Quilombo Raça e Classe, o Setorial LGBT da CSP-Conlutas.

   Segundo o diretor do Sindicato dos Metroviários Alexandre Leme, também da Executiva da CSP-Conlutas/SP, essa ofensiva de Israel está relacionada à ofensiva do povo árabe na região. “É uma tentativa de intimidar a luta do povo palestino para que a onda de mobilizações do mundo árabe não estimule lutas na Palestina contra Israel”, frisa Alexandre.

   Em nome do Quilombo Raça e Classe, Wilson Silva solidarizou-se com a luta “dos irmãos palestinos” e comparou o massacre ao massacre cotidiano dos negros, “que também não desistem de lutar”, disse.

   Em todas as falas, a exigência ao governo Dilma Rousseff para que rompa relações militares e comerciais com o Estado de Israel. “O dinheiro desse comércio serve para financiar a morte do povo palestino”, lembrou o também palestino Mohamed Al Kadri.

   A banalização da violência e dos massacres também foram denunciados. “Parece que o sangue palestino é de graça, não tem valor, que só tem valor o sangue dos israelenses ou dos americanos; nós temos o mesmo sangue vermelho que corre nas veias de cada um de vocês”, emocionou os presentes o representante do Movimento de Solidariedade ao Povo Sírio, Aner.

   A representante do Mopat Soraya Misleh lembrou que estão ocorrendo manifestações de solidariedade em diversas cidades do mundo. “O mundo está saindo às ruas para dizer vocês não estão sozinhos, nós vamos ser os olhos e as vozes de vocês”, garantiu Soraya.

   Por fim, pelo Comitê de Apoio ao Povo Palestino, Fábio Bosco convocou a todos os presentes para novas mobilizações. “Essa de hoje tem de ser o início de outras mobilizações, não só em São Paulo como em todas as capitais brasileiras”, afirmou, encerrando o protesto que foi seguido de gritos de guerra em árabe.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Setor pecuário concentra mais de um terço de trabalho escravo na Amazônia

Por Agência Pulsar

Mais de um terço das libertações de escravos realizadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de janeiro a outubro de 2012, aconteceram em fazendas de gado dentro dos limites da Amazônia Legal.

Os dados divulgados pela Repórter Brasil são da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Dos 150 flagrantes registrados até agora em 2012, 54 envolveram pecuária na região. Estatísticas gerais sobre o assunto foram divulgadas na semana passada e reforçam a associação entre desmatamento para abertura de pastos e trabalho escravo.

Segundo Xavier Plassat, da CPT, o número de ocorrências de trabalho escravo é alto porque a pecuária reúne tarefas que não exigem especialização e que empregam mão de obra de maneira apenas esporádica. Esses fatores estariam relacionados a baixos salários, ausência de carteira assinada e condições degradantes.

Além da pecuária, outras atividades relacionadas ao desmatamento também têm utilizado escravos na Amazônia. Ao todo, foram 91 casos na região em 2012, incluindo os 54 da pecuária, o que representa 60,7% de todos os casos do país.

Xavier ressalta que os dados são baseados nas fiscalizações do MTE e que o número de flagrantes depende das áreas em que as ações acontecem. Por isso, como explica o frei, os dados são um indicativo de onde ocorrem os principais casos de escravidão no Brasil e não um retrato exato.

No Brasil, entre os principais estados que lideram esta atividade econômica estão o Pará e o Mato Grosso, com respectivamente 18 milhões e 29 milhões de cabeças de gado bovino. Esses dados são da Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) de 2011 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expansão da pecuária está ligada ao avanço do desmatamento sobre a Amazônia, no chamado "Arco de Fogo do Desmatamento", que se concentra nos dois estados.

Ocorrências na construção civil e em confecções têxteis representam 11,3% do total de flagrantes levantados pela CPT. Neste ano, o MTE chegou a libertar, em três fiscalizações diferentes, 167 vítimas do trabalho análogo ao de escravo em empreendimentos da construção civil. No ramo têxtil, este ano em São Paulo, 23 migrantes foram resgatados de condições de trabalho degradante, enquanto costuravam para a grife de roupas Gregory.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

CSA é multada pela terceira vez por poluir o ar no Rio de Janeiro

Por Agência Pulsar

A Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) foi autuada pela terceira vez pelo crime ambiental chamado nuvem de prata, que polui o ar. Comunidades do bairro de Santa Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro foram afetadas por um vazamento de resíduos.

A transnacional foi multada em 10 milhões e 500 mil reais na última segunda-feira (29) por mais uma ocorrência de “chuva de prata”, que provoca a contaminação do ar por liberação de material oriundo da produção de ferro-gusa. As informações são do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

A siderúrgica também terá de investir 4 milhões e 500 mil reais em obras que impeçam o alagamento da área rural de São Fernando e plantar na região 15 mil árvores para fins de arborização urbana. As medidas foram anunciadas na semana passada pelo secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, e pela presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos.

Essas ações punitivas contra a empresa foram definidas após vistoria realizada por técnicos do Inea nas instalações da CSA na última quarta-feira (31), a partir de denúncias de moradores de Santa Cruz. Minc disse que, caso a poluição permaneça, a CSA poderá até vir a ser embargada.

Minc lembrou que, em agosto de 2010, o Inea havia multado a CSA em 1 milhão e 800 mil reais pela “chuva de prata” que afetou moradores de Santa Cruz. Em janeiro de 2011, a companhia voltou a ser multada em 2 milhões e 800 mil reais pela repetição do crime ambiental, no final de dezembro de 2010.

Na época, por determinação da Secretária do Estado do Ambiente (SEA) e do Inea, a CSA também teve de investir 14 milhões de reais na região, como compensação indenizatória aos moradores atingidos, em obras como a construção de uma clínica de saúde, de controle de inundações e no ressarcimento a pescadores.