por Almir Cezar, da Sucursal Brasília

O tal "kit" - Candidato a deputado federal pelo PSDB de Brasília, o advogado Matheus Sathler tem recebido uma saraivada de críticas na internet. Segundo o próprio, defende a criação do “kit macho” e do “kit fêmea”, para defender crianças da 'influência homossexual'. O objetivo do tucano era distribuir cartilhas para que “meninos gostem apenas de meninos”, o que causou polêmica entre LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) e movimentos sociais.
Reforçando sua proposta, Sathler anunciou que registrou um compromisso público em cartório de doar 50% do seu salário de deputado, caso seja eleito, “ao combate e também à recuperação de crianças vítimas do estupro homossexual”.
As propostas do candidato pregam ainda o antifeminismo e ensina as meninas, desde pequenas, “a serem femininas” e a seguirem “o seu papel correto” na sociedade. Em um vídeo postado no YouTube, em que ataca a presidenta Dilma, ele diz inclusive ter orgulho de ser chamado de machista.
Possível crime - A Comissão Nacional da Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entrou com três representações contra Matheus Sathler. Um processos foi dirigido ao Ministério Público, por praticar crimes de injúria e difamação contra a população LGBT.
Um segundo procedimento aberto na própria OAB a fim de apurar o possível descumprimento do código de ética da entidade. Por último, a Comissão pediu que a Justiça Eleitoral retire de circulação todas as propagandas homofóbicas do candidato tucano.
Cassação - Os movimentos sociais, especialmente os de LGBTs e feministas se mobilizam pela sua imediata impugnação da candidatura por utilizar-se de um espaço democrático para propagar discursos de ódio.
Devido a repercussão negativa e o temor de punição pelo TRE, o diretório do PSDB do Distrito Federal limitou-se em censurar publicamente o candidato e lhe exigir que recolhesse todo o seu material de campanha em 24h. Sathler não teve a sua candidatura cassada pelo partido nem recebeu outra punição.
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