Por Joana Tavares, em Brasil de Fato
Vila Operária ao lado da fábrica da Flaskô Foto: Tiago Flores |
Terreno ocioso ao lado da fábrica foi ocupado por famílias há 6 anos
Em 2005, o terreno ao lado da fábrica, que estava abandonado, foi ocupado por cerca de 300 famílias de Sumaré. A ocupação foi apoiada pelos trabalhadores da Flaskô e alguns deles inclusive se mudaram para a Vila Operária e Popular. Neste ano, conseguiram a instalação de água e energia nas casas, mas ainda falta regularizar o saneamento básico e a iluminação pública. Maria José da Silva mora há quatro anos na ocupação e tem orgulho de dizer que a casa onde mora é sua. Ela defende a fábrica ao lado e coloca “que eles ensinam a importância de lutar pelo que se precisa”. Hoje, 564 famílias moram na região, ainda que muitas delas não tenham participado do processo de luta da ocupação.
A comunidade do entorno é convidada a frequentar as atividades promovidas pela Fábrica de Cultura e Esportes, que realiza atividades mensais e oficinas semanais. Rafael Dias, do setor de mobilização, coloca que a iniciativa vem da carência desse tipo de atividade na região. Há oficinas de quadrinhos, campeonatos de judô, xadrez, damas, aula de espanhol, violão, dança de salão e treinos de break, cinema gratuito. Neste ano foi realizado o II Festival Flaskô Fábrica de Cultura, com a apresentação de diversos grupos teatrais, de música, debates e festa.
“Buscamos garantir a apresentação de uma peça de teatro por mês. Em quase todas as peças aqui, vêm pessoas da vila e de dentro da fábrica que colocam que nunca tinham visto uma peça de teatro na vida”, conta Rafael. Em parceria com o Cemop, são realizadas também atividades ligadas às universidades, para, segundo Rafael, “colocar a discussão da gestão operária para dentro do cotidiano do meio acadêmico”. Outra iniciativa é a TV Flaskô, um canal da web que divulga a luta dos trabalhadores e a Rádio Luta, que também veicula programas na internet. Em parceria com a Rádio Muda na Unicamp, há um programa semanal ao vivo de duas horas sobre o cotidiano da fábrica.
Intervenção
As fábricas ocupadas viveram seu principal golpe em maio de 2007, quando 150 policiais armados entraram na Cipla e na Interfibra, em Joinville (SC), atendendo a um pedido do INSS de cobrança de dívidas, e expulsaram as comissões de trabalhadores eleitas. Foi nomeado um interventor para gerenciar as fábricas, que coage os trabalhadores a assinar um documento dizendo que eram favoráveis à intervenção. De 2007 a 2009, segundo o Relatório dos processos de criminalização da Flaskô, 400 trabalhadores foram demitidos, o regime de trabalho voltou a ser de 44 horas semanais e as dívidas com o INSS não foram pagas.
O interventor tentou atuar também na Flaskô, mas os trabalhadores o expulsaram em junho e conseguiram revogar a decisão da Justiça de Santa Catarina, que não poderia atuar em São Paulo. No entanto, o interventor havia solicitado o corte de energia da Flaskô, deixando a fábrica parada por 40 dias. “O pior é que eles cortaram sem aviso prévio e as máquinas estavam em funcionamento, com matéria-prima dentro”, conta Josiane. Além da batalha judicial para reverter a decisão, foram realizados diversos atos públicos. Após o restabelecimento da energia, foi necessário consertar as máquinas e retomar a produção, como se fosse uma segunda ocupação.
Em 2005, o terreno ao lado da fábrica, que estava abandonado, foi ocupado por cerca de 300 famílias de Sumaré. A ocupação foi apoiada pelos trabalhadores da Flaskô e alguns deles inclusive se mudaram para a Vila Operária e Popular. Neste ano, conseguiram a instalação de água e energia nas casas, mas ainda falta regularizar o saneamento básico e a iluminação pública. Maria José da Silva mora há quatro anos na ocupação e tem orgulho de dizer que a casa onde mora é sua. Ela defende a fábrica ao lado e coloca “que eles ensinam a importância de lutar pelo que se precisa”. Hoje, 564 famílias moram na região, ainda que muitas delas não tenham participado do processo de luta da ocupação.
A comunidade do entorno é convidada a frequentar as atividades promovidas pela Fábrica de Cultura e Esportes, que realiza atividades mensais e oficinas semanais. Rafael Dias, do setor de mobilização, coloca que a iniciativa vem da carência desse tipo de atividade na região. Há oficinas de quadrinhos, campeonatos de judô, xadrez, damas, aula de espanhol, violão, dança de salão e treinos de break, cinema gratuito. Neste ano foi realizado o II Festival Flaskô Fábrica de Cultura, com a apresentação de diversos grupos teatrais, de música, debates e festa.
“Buscamos garantir a apresentação de uma peça de teatro por mês. Em quase todas as peças aqui, vêm pessoas da vila e de dentro da fábrica que colocam que nunca tinham visto uma peça de teatro na vida”, conta Rafael. Em parceria com o Cemop, são realizadas também atividades ligadas às universidades, para, segundo Rafael, “colocar a discussão da gestão operária para dentro do cotidiano do meio acadêmico”. Outra iniciativa é a TV Flaskô, um canal da web que divulga a luta dos trabalhadores e a Rádio Luta, que também veicula programas na internet. Em parceria com a Rádio Muda na Unicamp, há um programa semanal ao vivo de duas horas sobre o cotidiano da fábrica.
Intervenção
As fábricas ocupadas viveram seu principal golpe em maio de 2007, quando 150 policiais armados entraram na Cipla e na Interfibra, em Joinville (SC), atendendo a um pedido do INSS de cobrança de dívidas, e expulsaram as comissões de trabalhadores eleitas. Foi nomeado um interventor para gerenciar as fábricas, que coage os trabalhadores a assinar um documento dizendo que eram favoráveis à intervenção. De 2007 a 2009, segundo o Relatório dos processos de criminalização da Flaskô, 400 trabalhadores foram demitidos, o regime de trabalho voltou a ser de 44 horas semanais e as dívidas com o INSS não foram pagas.
O interventor tentou atuar também na Flaskô, mas os trabalhadores o expulsaram em junho e conseguiram revogar a decisão da Justiça de Santa Catarina, que não poderia atuar em São Paulo. No entanto, o interventor havia solicitado o corte de energia da Flaskô, deixando a fábrica parada por 40 dias. “O pior é que eles cortaram sem aviso prévio e as máquinas estavam em funcionamento, com matéria-prima dentro”, conta Josiane. Além da batalha judicial para reverter a decisão, foram realizados diversos atos públicos. Após o restabelecimento da energia, foi necessário consertar as máquinas e retomar a produção, como se fosse uma segunda ocupação.
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