quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Depois do primeiro-ministro grego, tudo indica que o italiano Berlusconi é o próximo a renunciar


   Após a queda do primeiro ministro da Grécia, Giorgos Papandreou, parece que agora é a vez do primeiro ministro da Itália, Silvio Berlusconi anunciar que irá renunciar ao cargo. O italiano diz que sua saída se dará assim que o Parlamento aprovar o pacote econômico [de arrocho] proposto pelo governo.



   Não é para menos, com a crise pegando em cheio aquele país. Os custos da dívida italiana dispararam recentemente. De acordo matéria publicada pela BBC, os títulos de dez anos já estão pagando 6,5% de juros anuais (se ultrapassar o patamar de 7% o governo da Itália corre risco de calote). Por isso a pressão é grande sobre Berlusconi, parte dela reflete a inquietação dos mercados financeiros com a enorme dívida pública do país.



   Conseguir aprovar recentemente as contas do orçamento do Estado de 2010 não era um indício de que o primeiro ministro estava ganhando o apoio dos parlamentares italianos num momento crítico da crise. Já na terça-feira, Umberto Bossi, líder de um dos partidos da coalizão de governo de Berlusconi, a Liga do Norte, se juntou a outros políticos da Itália para pedir a renúncia do primeiro-ministro.



   O medo é que se com o aprofundamento da crise o governo honraria os compromissos da dívida. Todo mundo está de olho no caso da Grécia. E no caso da Itália a situação é ainda mais grave por ser a terceira maior economia da zona do euro.



   De acordo com a BBC, os mercados duvidam que Berlusconi tenha credibilidade para implementar as reformas que reduzirão a dívida do país e gerarão crescimento.



A queda do primeiro-ministro da Grécia - Se no dia 31 de outubro o primeiro-ministro da Grécia, Georgos Papandreou, surpreendeu o mundo com o anúncio de que pretendia realizar um referendo popular sobre o plano de resgate acertado poucos dias antes com a Troika (Banco Central Europeu, FMI e Comissão Europeia). A notícia de sua renúncia surpreendeu ainda mais.




   Ao anunciar o plebiscito, o que o governo queria era um comprometimento do povo grego de que diminuiria a luta protagonizada nos últimos anos permitindo a implantação do pacote de arrocho que seria implantado. Uma exigência da União Européia e do FMI (Fundo Monetário Internacional). Assim o país receberia a terceira parcela, de 8 bilhões de euros, do total de 130 bilhões que fazem parte do plano até 2014. Mas para isso, a Grécia deveria apertar ainda mais os cintos, aprofundando sua política de austeridade, que há dois anos leva o país para a beira de um caos social.



   Depois de três pacotes de austeridade em três anos, o saldo no país foi a queda de 15% do PIB, uma taxa recorde de desemprego no patamar de 16% (mais de 30% entre os jovens), aumento de impostos e arrocho salarial.



   Entretanto, o anúncio do plebiscito provocou uma crise. A União Européia pulou. O presidente francês Nicolas Sarkozy e a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, censuraram Papandreou. A mídia ficou alvissareira.



   O primeiro-ministro cedendo às pressões, voltou atrás, e divulgou a suspensão do plebiscito no dia 3 de novembro último.



   Mas a crise já estava instalada internamente. Foi o ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, seu adversário dentro do próprio partido, que anunciou oficialmente que ‘não haveria nenhum referendo’.



   Para diminuir as conseqüências da dessa crise política, Papandreou pediu os votos da oposição para a aprovação do ‘voto de confiança’ ao governo, com a promessa de que renunciaria para dar lugar a um governo de união nacional com o partido opositor Nova Democracia. Eles querem a unidade dos partidos e parlamentares para aplicar o plano que impõe mais austeridade para o povo grego. Mas a depender das lutas travadas por esse mesmo povo nos últimos três anos, essa crise está longe de se encerrar.

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