quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Pressão popular cresce no Egito após rejeição de proposta militar


A proposta feita pela cúpula militar egípcia, que governa o país desde a queda do ditador Hosni Mubarak, em fevereiro desse ano, foi insuficiente para as centenas de milhares de pessoas que se manifestam há cinco dias pelas ruas do país.
   Na madrugada de hoje (23), manifestantes e polícia entraram novamente em confronto. Ontem o chefe da junta militar do país, marechal Mohamed Hussein Tantawi, anunciou em cadeia nacional a antecipação da transferência do poder para um presidente civil. Assim, ele promete que as eleições presidenciais ocorram em junho, seis meses antes do prazo previsto.

   Contudo, o anúncio de Tantawi provocou indignação ao sugerir um referendo sobre a antecipação do fim do regime militar. O problema é que muitos viram o referendo como uma manobra para dividir os egípcios entre aqueles que estão protestando e os que temem o aumento da violência.

   "Fora, fora!", gritaram manifestantes na Praça Tahrir após escutarem o discurso de Tantawi, em um clima de indignação que lembra os protestos que levaram à queda de Mubarak. Outro refrão ouvido foi: "o povo quer derrubar o marechal".

   A junta militar também confirmou a realização, a partir da próxima segunda-feira (28), da primeira eleição parlamentar livre em várias décadas no Egito. Essa eleição acontece em várias etapas e só irá terminar em janeiro de 2012.

   Tantawi também anunciou a renúncia do primeiro-ministro Essam Sharaf e de seu gabinete. Protestos no Egito foram desencadeados após apresentarem um anteprojeto constitucional que protegeria os militares de qualquer supervisão civil.

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