sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Após 70 dias de greve na Federal de Rondônia, reitor renuncia ao cargo

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Ato dos estudantes na reitoria da Unir


Por Agência Pulsar

Após 70 dias de greve de professores e estudantes, o reitor da Universidade Federal de Rondônia (Unir) renunciou ao cargo. Ele é alvo de investigação após denúncias envolvendo um esquema de corrupção junto à Fundação Rio Madeira (Riomar).

   Januário de Oliveira Amaral anunciou sua renúncia ao Ministério da Educação (MEC) nesta quarta-feira (23). Fraudes na compra de refeições, contratação de parentes e de empresas fantasmas constam nas investigações do Ministério Público de Rondônia. O órgão caracteriza a Riomar, instituição privada que gere recursos na Universidade, como uma organização criminosa.

   Para professores e estudantes em greve, a reitoria da Universidade é conivente. Uma auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) verificou que nove contratos, no valor total de mais de 4 milhões e 650 mil reais, não foram ao menos registrados no Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais (SIASG).

   Jorge Coimbra, integrante do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), conta que a Unir sofre com a falta de estrutura básica. Ele critica a “ética privada” que toma conta da Universidade, destacando o fato da Riomar fazer a gestão de verbas públicas. Para o professor de Ciência Sociais, esta prática impede o controle social por meio de departamentos e colegiados, prejudicando a transparência na Federal de Rondônia.

   Além disso, Jorge não aprova a forma como o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) chega à Universidade. Segundo ele, o Reuni cria diversos serviços e cursos, mas sem a realização de um planejamento na aplicação dos recursos. Ele explica que, com isso, o esquema de corrupção na Unir acabou sendo beneficiado.

   Estudantes da Federal de Rondônia prometem manter a ocupação da reitoria, iniciada no dia 5 de outubro, até a saída oficial do reitor. A exoneração deve ser aceita pela presidenta Dilma Rousseff e publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias.
 
Áudio
Coimbra, que integra o Andes, critica a lógica de fundações privadas gerirem verbas que são públicas.

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