Montagem de Juliano Bona mostra que os policiais estavam sem identificação |
Por Agência Pulsar
A Tropa de Choque da Polícia Militar invadiu a reitoria da Universidade de São Paulo (USP) hoje (8), às 5h da manhã, detendo 70 estudantes que ocupavam o prédio. Uma nova mobilização em protesto à ação foi convocada.
A Tropa de Choque da Polícia Militar invadiu a reitoria da Universidade de São Paulo (USP) hoje (8), às 5h da manhã, detendo 70 estudantes que ocupavam o prédio. Uma nova mobilização em protesto à ação foi convocada.
A operação contou com 400 policiais da tropa de choque, que jogaram bombas de gás lacrimogênio no Conjunto Residencial da USP (Crusp) e na Reitoria, que estava ocupada pelos estudantes há mais de uma semana. Também houve presença de cavalaria, além de helicópteros que sobrevoavam a USP durante a intervenção.
José Eduardo Goes, morador do alojamento universitário, conta que os estudantes foram surpreendidos enquanto dormiam. Ele, que acordou com o forte cheiro do gás, acredita que a ação da polícia no Crusp teve o objetivo de impedir que os estudantes descessem para se unir aos que ocupavam a reitoria.
Marcelo Pablito, do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), classifica a operação da polícia militar como um “verdadeiro absurdo”. Ele afirma que a universidade “não vivia essa militarização desde a época da ditadura militar”, destacando que a manifestação política dos estudantes na reitoria era “legítima e pacífica”.
Em nota, o Diretório Central dos Estudantes (DCE Livre) da USP repudiou a gestão do reitor João Grandino Rodas, denunciando uma “indisposição ao diálogo e o autoritarismo” por parte da Reitora. A entidade defendeu uma universidade “pública, gratuita e de qualidade”, que esteja “voltada para as demandas do povo”.
Os estudantes convocaram para hoje um novo ato em frente à reitoria da USP, a partir das 12h. Eles pretendem protestar contra a repressão desta manhã e pedir pelo fim do convênio entre a universidade e a polícia militar na segurança dos campi.
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