TURISMO
por Ana Beatriz Serpa, de Brasília
especial para a ANOTA
(Catedral de Copacabana) |
Meio assim descompromissadamente a Bolívia entrou na minha vida e se tornou o país que eu visitei mais vezes. Afinal o que a Bolívia, que é alvo de bastante desinformação e preconceito por nós brasileiros, tem de tão especial?
A Bolívia é um dos países mais pobres da América do Sul, com níveis de pobreza que atingem cerca de 70% da população. Seu território está dividido entre o Altiplano – parte de maior altitude na região da Cordilheira dos Andes -, e a chamada Media Luna, próxima à fronteira do Brasil, onde está parte da Amazônia.
(Huayna Potosí, pico de 6.088 m na região de La Paz) |
Mesmo em cidades grandes como La Paz a massa que circula pelas ruas é em sua maioria formada por descendentes dos povos tradicionais, e não é raro ver as mulheres vestidas com trajes típicos e chapéus que dizem de qual povo elas vêm.
Uma viagem pelas dificuldades
Ao viajar por um país, andar pelas ruas e usar os serviços públicos e a melhor maneira de aprender sobre um povo. E na Bolívia você aprende rápido que quem vive ali enfrenta uma série de dificuldades.
(Orla do Lago Titicaca na cidade de Copacabana) |
Da última vez, comprei um chip pré-pago local para usar a internet pelo celular na rua, e ter um contato caso precisasse combinar algo com alguém. Além de não ter conseguido habilitar o chip, uma colombiana que está morando lá me disse que não compensava porque a rede é muito lenta.
E ao pegar os ônibus para ir de uma cidade a outra nem sempre ele será pontual, nem sempre você pagará o mesmo valor que os demais passageiros e nem sempre você chegará ao seu destino final na data planejada. Bloqueios nas estradas são frequentes, e em geral as empresas de ônibus não se responsabilizam.
É compreensível que um povo que vive com tão pouco se rebele. É mais uma das coisas mais impressionantes sobre o povo Boliviano. Estão sempre lutando por uma vida melhor.
E com todas essas dificuldades, de volta à questão:
afinal, o que é que a Bolívia tem?
Além desse povo bem diferente do nosso, estão na Bolívia algumas das paisagens mais lindas e impressionantes da Cordilheira dos Andes. Ao pousar em La Paz você já começa a ver os picos nevados que circundam a cidade. Estão ali dois dos 3 maiores picos do país, com mais de 6.000 metros de altitude.
(Laguna Kañapa) |
Mais ao sul, pode-se ver de perto uma das principais atividades econômicas do país, a mineração. Na região de Potosí é possível entrar em minas e também perceber o peso dessa atividade no cotidiano do país.
Também é nesse departamento que fica o maior deserto de sal do mundo. O Salar de Uyuni tem uma área total de 10.000 km quadrados e fica a 3.600 metros de altitude. A região do entorno do Salar em direção à fronteira com o Chile estão lagoas multicoloridas.
O Salar é a maior reserva de Lítio – substância utilizada para fazer baterias de celular e outros eletrônicos – do mundo, e as lagoas são ricas em Bórax – que é utilizado para fundir metais.
Além disso as capitais – Sim! A Bolívia tem duas – tem centros históricos mestiços e dignos de grandes centros. A capital constitucional da Bolívia é Sucre, mas pela limitação de estrutura para atender ao serviços públicos a maior parte da Administração fica em La Paz, incluindo os Palácios de Governo e o Congresso Nacional.
Visitar a Bolívia
(Tiahuanaco - Civilização que deu origem ao Império Inca) |
Foi na Bolívia que surgiu o povo que deu origem ao Império Inca, o maior da América do Sul antes da colonização indígena, e que até hoje é tão presente nos costumes do povo boliviano.
Mas ao planejar sua viagem para lá não se organize tanto. Deixe os imprevistos te surpreenderem. Do não planejado por surgir o melhor da viagem. Sem encarar assim, você pode acabar deixando de admirar várias coisas por estar estressado com os contratempos.
(Hotel de frente ao Lago Titicaca em Copacabana) |
Abra seu coração para a Bolívia!
Ana Beatriz Serpa é turismóloga e articulista em turismo e viagens para Agência de Notícias Alternativas. Mantém o blog Planejo Viajar - (integrante da rede ANOTA)
A DIVULGAÇÃO, CITAÇÃO, CÓPIA E REPRODUÇÃO AMPLA DESTE TEXTO É PERMITIDA E ACONSELHADA, desde que seja dado crédito ao autor original (cite artigo de autoria de Ana Beatriz Serpa, publicado originalmente pela ANOTA – Agência de Notícias Alternativas)
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