terça-feira, 5 de novembro de 2013

E lá se foi a Perimetral... vem aí o 'Engarrafa Binário'

Quem tentou chegar ao centro da cidade na manhã de segunda-feira (4) enfrentou congestionamento e dificuldades durante o primeiro dia útil de interdição definitiva do Elevado da Perimetral, na zona portuária.

por Max Laureano, da página da ANOTA no Facebook
(domingo, 03 de novembro de 2013)

Como não gosto de criticar sem embasamento, percorri a tão falada Via Binário, no centro do Rio de Janeiro. E digo, com toda certeza, em termos técnicos: vai dar ruim! Eu fui em um domingo a tarde, com pouco trânsito de ônibus ou carros de passeio, e mesmo assim havia uma certa retenção no fluxo, logo no acesso a essa via - Imagine amanhã! (Prognóstico cumprido: Rio tem trânsito complicado no primeiro dia sem Perimetral)

Mais a frente me deparo com uma curva fechada, que provavelmente quem a projetou matou a aula de engenharia de trânsito, para ir a chopada. Só pode!? Não dá pra passar dois ônibus ao mesmo tempo ali. E conhecemos a tradição de respeito às leis de trânsito (e da Física) dos motoristas que circulam nesta cidade. Se numa curva aberta em um viaduto, na Ilha, já morreram várias pessoas. Calculem. Melhor: rezem! E não satisfeitos, mais a frente há outra curva, um pouco menos fechada. Mas que obriga o motorista a reduzir a velocidade. Mais engarrafamento a vista. Muito mais.

O prefeito da cidade do Rio de Janeiro vai na contramão da engenharia de trânsito e da realidade brasileira. Segundo dados do DENATRAN, nos últimos dez anos, o número de carros circulando nas grandes cidades brasileiras aumentou aproximadamente 1,5 vez.  A frota de automóveis do Rio de Janeiro em 2003 era de 1.232.978. Já em 2013, era 1.776.255. Houve uma expansão gigantesca, logo há mais engarrafamentos. 

Mas, ao invés de privilegiar o transporte público, para os trabalhadores, das regiões mais pobres, há uma clara preocupação da gestão municipal com os moradores de regiões mais ricas, como a Barra da Tijuca, e seus carros. A Via Binário vem nesse sentido, além de dar uma ajuda para os donos de empresas de ônibus e Eike Batista, com seu Condomínio Atlântico.

Infelizmente,os trabalhadores serão quem sofrerão mais com a falta de políticas públicas de mobilidade da gestão Eduardo Paes. O engarrafamento para chegar ao local de trabalho ou estudo no Centro do Rio amanhã será muito maior, sem a Perimetral e com a "Engarrafa" Binária. Terão que acordar muito mais cedo, perder mais qualidade de vida, em horas dentro dos ônibus, ou até nos seus carros. 

É este o legado da gestão do prefeito Eduardo Paes, do PMDB/PT, e sua Cidade Olímpica: mais engarrafamento, menos qualidade de vida e Gentrificação, e repressão aos movimentos sociais?

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