Entidades se organizam para protestar contra a elitização do futebol e as remoções forçadas em comunidades pobres. Reuniões também acontecem em outras cidades.
Por Rodrigo Noel
O "Comitê Popular Rio da Copa e das Olimpíadas" prepara para o próximo dia 30, data do sorteio dos grupos das eliminatórias da Copa do Mundo de 2014, uma grande manifestação contra a entrega do patrimônio público e violações de direitos. Representantes de cerca de 20 entidades debateram o impacto das intervenções na cidade, a descaracterização arquitetônica de patrimônios e as remoções forçadas de moradores de comunidades que se encontram no entorno dos locais que servirão de sede para a disputa dos jogos da copa e da olimpíada.
Na convocatória para o ato, os ativistas denunciam que "as remoções de famílias atingidas pelas obras estão acontecendo de forma arbitrária e violenta. Essa situação já foi denunciada inclusive pelas Nações Unidas. Os jogos estão sendo utilizados como desculpa para instalar um verdadeiro Estado de exceção, com violação sistemática dos direitos e das leis".
Polêmica
Ao final da reunião um informe causou polêmica entre os participantes: a realização de uma audiência pública pelo Ministério Público Federal para discutir a desfiguração do projeto arquitetônico do Maracanã e a possibilidade de ingresso pelo MPF de pedido para embargar a obra. O entendimento de alguns dos presentes era de que a discussão se fecharia apenas na discussão arquitetônica. Para o representante da Frente Nacional de Torcedores (FNT) a audiência servirá como mais um espaço de denúncia do projeto elitista da copa e prometeu presença na reunião.
Para Danilo Firmino, da CSP-Conlutas, a "busca da unidade com diferentes setores e concepções políticas é uma necessidade para denunciar as atrocidades cometidas pelos governos e dar voz aos que sofrem as políticas de exceção".
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