Bairro Leimert Parque, Los Angeles, Califórnia - polícia prende dezenas de pessoas, após protesto pacífico (Foto: Reuters / Jason Redmond - 15/07/2013) |
Por Juzerley Santos, de Niterói
Um tenso drama norte-americano, que vinha crescendo ao longo dos últimos 16 meses, pode ter iniciado seu clímax nesta madrugada da segunda-feira, 15 de julho de 2013, quando terminou a leitura do veredicto de "inocente" para George Zimmerman, branco, 29 anos.
A decisão proferida por júri na Flórida inocentou George Zimmerman por matar a tiros o adolescente negro Trayvon Martin na noite de 26 de fevereiro de 2012 em um condomínio fechado em Sanford, na Flórida.
Nem o fato estar desarmado e nem a falta de provas de que o menino estivesse cometendo qualquer delito pesou contra o assassino que usou lei estadual alegando legítima defesa.
Imediatamente personalidades, políticos e líderes dos direitos civis pronunciaram declarações duras condenando o veredicto e inúmeras mobilizações de rua com milhares de pessoas se espalharam pelo país, algumas delas resultarando em conflitos com a polícia.
A sentença, reacendeu a os debates sobre discriminação racial, armas, leis de defesa pessoal e igualdade de justiça. O curioso é que o júri é composto por seis mulheres que se recusaram a falar com jornalistas depois da decisão..
Os advogados de defesa argumentaram que Martin, de 17 anos, atacou Zimmerman na noite de 26 de fevereiro de 2012, em um condomínio fechado em Sanford, na Flórida. Os promotores tinham que provar que Zimmerman cometeu um crime ao perseguir Martin e que ele não agiu em legítima defesa.
Com a decisão Zimmerman foi liberado pelo tribunal de portar um aparelho de monitoramento eletrônico que vinha usando durante a liberdade condicional.
Mas, ainda pesa sobre o acusado a possibilidade de enfrentar um processo civil por homicídio culposo pela família de Martin.
PS - "A Cabana do Pai Tomás", livro escrito pela abolicionista branca Harriet Beecher Stowe, publicado em 1852 e tida como uma denúncia da escravidão negra nos EUA é considerado por muitos setores do movimento negro, inclusive norte-americanos, como uma obra que retrata o servilismo negro.
dirley@agencianota.com
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