Arte do chargista Latuff para o Brasil 247 - Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo (CEIV), o DOI-Codi de Sérgio Cabral. |
Por Max Laureano, do Rio de Janeiro
Na madrugada do dia 5 de agosto de 1954, ocorreu um crime na rua Tonelero, no bairro de Copacabana, Rio de Janeiro, que viria a mudar a história do país.
Dois homens armados dispararam contra Carlos Lacerda, (o mais conhecido opositor do presidente Getúlio Vargas) e contra o seu segurança, que lutou com o agressor numa tentativa frustrada de desarmá-lo. Lacerda ficou ferido, atingido por um tiro que acertou de raspão o seu pé, já o Major não teve a mesma sorte e morreu a caminho do hospital.
No dia seguinte, o jornalista publicou no jornal “Tribuna da Imprensa”, no seu editorial relatando a emboscada que sofrera e acusando o seu opositor, Getúlio Vargas. Com a tensão política gerada pelo atentado, e outras tantas, Getúlio acaba se suicidando. O que segundo o brasilianista Thomas Skidmore, levou ao caos político, culminando com o Golpe de 64. Esse episódio ficou conhecido como o mais famoso tiro no pé da História recente brasileira.
Outro "tiro no pé", metaforicamente falando, cometeu o governador Sérgio Cabral, ao ordenar e / ou autorizar que elementos da sua polícia se infiltrassem nas manifestações. Denúncias com base em depoimentos e vídeos nas redes sociais afirmam que seriam policiais infiltrados quem efetivamente começam a violência e o vandalismo nos atos. Tendo sido um destes inclusive que teria jogado um coquetel molotov, o qual acertou um colega do Batalhão de Choque, no ato na recepção ao Papa Francisco.
As imagens do policial envolto em chamas chocou a população. Mas olhares mais atentos gravaram com câmeras, de vários ângulos, a pessoa jogando o artefato, e após isso, correr para o cordão de isolamento da PM, com máscara, trocado de roupa e saindo incólume.
No mesmo ato, houve a prisão arbitrária dos jornalistas independentes da rede MÍDIA NINJA, os quais foram logo liberados, livres da acusação de incentivarem a violência dos manifestantes. Houve também a prisão de vários manifestantes, dentre eles um acusado de portar uma mochila com artefatos explosivos. Mas, de novo, as imagens feitas por manifestantes e até de um grande veículo de comunicação mostraram que o rapaz não portava a mochila até ser preso.
Houve a divulgação desses vídeos nas redes sociais, gerando questionamentos e revolta, por parte das pessoas que assistiram, tendo o assunto ido parar na grande mídia, com respostas desencontradas por parte da secretaria de segurança, da PM e do governador Sérgio Cabral, sobre a participação de policiais infiltrados nos atos.
Será esse o maior " tiro no pé " de um governador, o qual vem despencado nos índices de popularidade, ou virão outros mais?
No resto do país diminuiu o ritmo das manifestações, passeatas e ato. Mas, no estado do Rio de Janeiro, parece ainda haver bastante fôlego para uma escalada ainda maior de mobilizações. O que demonstra uma insatisfação por parte de sua população para com seu governador. O helicóptero de Sérgio Cabral nunca acumulou tantas milhas como nos últimos dois meses, pois este parece evitar ao máximo o contato com a população.
Será que a "Maldição da Rua Toneleiro", lugar bastante perto de onde aconteceu a recepção ao Papa, atacará o Governador? Somente as manifestações na internet e nas ruas poderão dizer as respostas.
Com a palavra o governador. E as ruas.
Parabenizo o colega pelo bom humor ao escrever o presente. Creio que depois de fomentar tantas tsunamis, nosso para lá de precário governador se posicionará com muita cautela e vara curtinha, pois eis que malfadado (para ele) momento, cá entre nos, parece ser em breve...Nenhum presidente suporta um governante com tamanha impopularidade. Afinal, "vox populi, vox Dei".
ResponderExcluiracho q justamente os infiltrados sao ligados a oposiçao, tentaram e conseguiram forjar um tiro no pé para o Cabral
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