quarta-feira, 24 de julho de 2013

Atentado da Rua Tonelero, tiro no pé e Sérgio Cabral

Arte do chargista Latuff para o Brasil 247 -
Comissão Especial de Investigação de Atos
de Vandalismo (CEIV),
o DOI-Codi de Sérgio Cabral.
Por Max Laureano, do Rio de Janeiro

   Na madrugada do dia 5 de agosto de 1954, ocorreu um crime na rua Tonelero, no bairro de Copacabana, Rio de Janeiro, que viria a mudar a história do país.

   Dois homens armados  dispararam contra Carlos Lacerda, (o mais conhecido opositor do presidente Getúlio Vargas) e contra o seu segurança, que lutou com o agressor numa tentativa frustrada de desarmá-lo. Lacerda ficou ferido, atingido por um tiro que acertou de raspão o seu pé, já o Major não teve a mesma sorte e morreu a caminho do hospital.

   No dia seguinte, o jornalista publicou no jornal “Tribuna da Imprensa”, no seu editorial relatando a emboscada que sofrera e acusando o seu opositor, Getúlio Vargas. Com a tensão política gerada pelo atentado, e outras tantas, Getúlio acaba se suicidando. O que segundo o brasilianista Thomas Skidmore, levou ao caos político,  culminando com o Golpe de 64. Esse episódio ficou conhecido como o mais famoso tiro no pé da História recente brasileira.


 
   Outro "tiro no pé", metaforicamente falando, cometeu o governador Sérgio Cabral, ao ordenar e / ou autorizar que elementos da sua polícia se infiltrassem nas manifestações. Denúncias com base em depoimentos e vídeos nas redes sociais afirmam que seriam policiais infiltrados quem efetivamente começam a violência e o vandalismo nos atos. Tendo sido um destes  inclusive que teria jogado um coquetel molotov, o qual acertou um colega do Batalhão de Choque, no ato na recepção ao Papa Francisco.

   As imagens  do policial envolto em chamas chocou a população. Mas olhares mais atentos gravaram com câmeras, de vários ângulos, a pessoa jogando o artefato, e após isso, correr para o cordão de isolamento da PM, com máscara, trocado de roupa e saindo incólume.

   No mesmo ato, houve a prisão arbitrária dos jornalistas independentes da rede MÍDIA NINJA, os quais foram logo liberados, livres da acusação de incentivarem a violência dos manifestantes. Houve também a prisão de vários manifestantes, dentre eles um acusado de portar uma mochila com artefatos explosivos. Mas, de novo, as imagens feitas por manifestantes e até de um grande veículo de comunicação mostraram que o rapaz não portava a mochila até ser preso.

   Houve a divulgação desses vídeos nas redes sociais, gerando questionamentos e revolta, por parte das pessoas que assistiram, tendo o assunto ido parar na grande mídia, com respostas desencontradas por parte da secretaria de segurança, da PM e do governador Sérgio Cabral, sobre a participação de policiais infiltrados nos atos.

   Será esse o maior " tiro no pé " de  um governador, o qual vem despencado nos índices de popularidade, ou virão outros mais?

   No resto do país diminuiu o ritmo das manifestações, passeatas e ato. Mas, no estado do Rio de Janeiro, parece ainda haver bastante fôlego para uma escalada ainda maior de mobilizações. O que demonstra uma insatisfação por parte de sua população para com seu governador. O helicóptero de Sérgio Cabral nunca acumulou tantas milhas como nos últimos dois meses, pois este parece evitar ao máximo o contato com a população.

   Será que a "Maldição da Rua Toneleiro", lugar bastante perto de onde aconteceu a recepção ao Papa, atacará o Governador? Somente as manifestações na internet e nas ruas poderão dizer as respostas.

   Com a palavra o governador. E as ruas.

2 comentários:

  1. Parabenizo o colega pelo bom humor ao escrever o presente. Creio que depois de fomentar tantas tsunamis, nosso para lá de precário governador se posicionará com muita cautela e vara curtinha, pois eis que malfadado (para ele) momento, cá entre nos, parece ser em breve...Nenhum presidente suporta um governante com tamanha impopularidade. Afinal, "vox populi, vox Dei".

    ResponderExcluir
  2. acho q justamente os infiltrados sao ligados a oposiçao, tentaram e conseguiram forjar um tiro no pé para o Cabral

    ResponderExcluir