Por Almir Cezar, de Brasília
Em meio ao derretimento do preço de mercado nas bolsas de valores das empresas do Grupo EBX controlada pelo bilionário Eike Batista, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) divulgou na quinta-feira (04/07) que tem mais de R$ 10,4 bilhões empacados em empréstimos no grupo.
Nos últimos 30 dias, as ações da OGX, empresa de Eike Batista que explora petróleo, caíram 71,9% na Bolsa de Valores de São Paulo. Somente quarta-feira a queda chegou a 13%. Na véspera, as agências de classificação de risco Moody’s e Standard & Poor’s rebaixaram a nota das ações da OGX para uma avaliação que indica alto risco de calote - risco de a empresa não conseguir honrar os compromissos. As duas agências citaram a baixa produção de petróleo e o fraco fluxo de caixa para justificarem a decisão.
Em nota, o Bndes disse que o montante não chegou a ser totalmente desembolsado por causa do calendário de execução dos projetos financiados.“Do volume total contratado, nem tudo foi liberado, já que os desembolsos, de acordo com a praxe em projetos apoiados pelo Bndes, ocorrem ao longo do período de execução dos empreendimentos”, destacou o comunicado. A instituição financeira informou também que as participações acionárias nas empresas de Eike Batista representavam apenas 0,6% da carteira da Bndespar, braço do banco que compra ações de empresas, em 31 de março.
O banco indicou na nota ter confiança de que o Grupo EBX encontrará uma saída para a crise: “O Bndes está acompanhando o desenrolar dos acontecimentos relacionados ao Grupo EBX, que dispõe de ativos sólidos e valiosos, e confia na capacidade dos atores envolvidos de encontrar a melhor solução para superar os atuais desafios”.
O Bndes informou ainda que cada contrato está amparado em garantias específicas, incluindo fianças bancárias, que podem ser executadas caso as empresas do Grupo EBX não paguem os financiamentos. “Com isso, a exposição direta à EBX representa uma parcela muito pequena do patrimônio líquido de referência do Bndes”, acrescentou o texto.
Recentemente, Eike afirmou que seu patrimônio valia cerca de R$ 18 bilhões, o suficiente para cobrir todas as dívidas do grupo. Resta saber se os R$ 10,4 bilhões de dívida com o BNDES – cujos recursos para financiamentos vêm em grande parte do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) – serão recuperados ou se mais uma vez vamos assistir a outro calote de empresário ao pagamento de recursos públicos.
Recentemente, Eike afirmou que seu patrimônio valia cerca de R$ 18 bilhões, o suficiente para cobrir todas as dívidas do grupo. Resta saber se os R$ 10,4 bilhões de dívida com o BNDES – cujos recursos para financiamentos vêm em grande parte do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) – serão recuperados ou se mais uma vez vamos assistir a outro calote de empresário ao pagamento de recursos públicos.
Atualizado às 14h30.
Com informações: Agência Brasil e BNDES
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