por Almir Cezar, da sucursal Brasília
Famílias militantes do Movimento Resistência Popular (MRP), de luta pelo direito à moradia, ocupam desde o dia 23 de outubro o prédio abandonado do Torre Palace Hotel, no centro de Brasília. Segundo coordenadores do movimento, cerca de 400 famílias estão no local. A construção tem 14 andares, e antes da chegada das famílias, era usada por usuários de drogas para tráfico e consumo de entorpecentes. Segundo o MRP, as famílias não vão deixar o local enquanto o Governo do Distrito Federal não abrir uma mesa de negociações.
A principal reivindicação do grupo é que o GDF prorrogue o pagamento do auxílio-aluguel, hoje em R$ 600. As famílias ocuparão o local até o governo do Distrito Federal destinar uma área para abrigá-las. As pessoas não têm pra onde ir, sendo a única opção rua e rua, por isso, ocuparam o prédio que está abandonado.
O Movimento Resistência Popular pelo Direito à Cidade (MRP), uma dos principais organizações do movimento popular dos trabalhadores sem-teto do país, O MRP luta pelo direito à moradia digna e auxílio aluguel.
Em 14 de setembro as famílias ligadas ao MRP ocuparam o Hotel Saint Peter, fechado desde março deste ano, devido a uma ordem de despejo. A ocupação do hotel foi consequência da ação da Polícia Militar realizada em 12/09, um sábado, em que o batalhão de choque invadiu o acampamento do MRP localizado em frente à Secretaria de Fazenda do Distrito Federal e expulsou as famílias ali acampadas em centenas de barracas há mais de 70 dias.
Pais e mães de família, sem ter a opção de uma lar para viver, dormiam há mais de dois meses no relento e, mesmo assim, foram duramente despejados na manhã daquele sábado. Na madrugada do dia 14/09, estas família, sem ter opção, reorganizaram-se e ocuparam o Hotel Saint Peter, que fica no Setor Hoteleiro Sul e ao lado do Hotel Nacional.
Após a desocupação ordenada pela Justiça, as famílias do Movimento de Resistência Popular foram acomodadas pelo Governo do Distrito Federal no antigo Clube Primavera, em Taguatinga Sul. O MRP ficou na área por 30 dias. A transferência dos militantes revoltou os vizinhos do clube que diziam estar sendo ameaçados pelos integrantes do MRP.
No dia 20 de outubro, contudo, o próprio GDF voltou atrás da decisão e retirou as famílias do MRP do clube, sob a alegação que os militantes estavam levantando irregularmente construções dentro do Primavera, que fica em uma área de preservação ambiental.
O Governo diz ter um terreno na Ceilândia (uma Região Administrativa do Distrito Federal, pois exigimos este terreno, cobra o MRP em nota. Porém, as negociações seguem estagnadas por parte do Governo.
Contato do MRP:
www.mrpbrasil.org.br
movimentoderesistenciapopular@gmail.com
Fotos:
Comunicação do MRP
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