por Ana Beatriz Serpa, de Brasília
Especial para ANOTA
Você já ouviu falar em médico do viajante? Já imaginou visitar um médico antes de viajar? Estou me preparando para uma viagem especial (suspense!) e antes de embarcar eu teria que tomar algumas vacinas recomendadas pelo meu destino.
Ao procurar o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), um dos principais hospitais públicos de Brasília, minha surpresa foi a de que eu teria que marcar uma consulta antes de tomá-las. Eu não sabia, e talvez você não saiba, mas o HRAN tem um Ambulatório do Viajante, no Núcleo de Vigilância Epidemiológica e Imunização.
Se ao viajar de carro é importante fazer uma revisão no veículo para evitar problemas durante o trajeto, porque não ter o mesmo cuidado com nosso corpo? Ainda mais porque na maioria das vezes não temos um fácil acesso a um médico durante as férias.
A Consulta
Durante a consulta você deve levar seu cartão de vacinação, relatar seu roteiro contando os lugares por onde passará, os meios de transporte, as atividades que vai realizar. Assim, ele dará orientações sobre alimentação, ingestão de água, picadas de insetos e vacinas que deve tomar.
Ambulatório do Viajante do HRAN, em Brasília (Foto: GDF) |
O bacana é que na consulta você já recebe uma série de informações sobre o seu destino como as condições de saneamento básico nas cidades ou nas zonas rurais, se é região endêmica de algum tipo de enfermidade, se exige algum tipo de vacina de visitantes brasileiros – ou mesmo se o Brasil exige vacina para pessoas vindo dessas regiões.
O médico passa uma série de dicas bacanas, algumas que a gente já sabe mas não custa lembrar: beber sempre água mineral engarrafada, evitar comer na rua em locais de higiene duvidosa, evitar gelo, usar repelente, cobrir os braços e as pernas em regiões de mata, entre outras.
Ele também cita cuidados com a alimentação no caso de países de altitude e tipos de comida que costumam causar mal-estar em viajantes, como alimentos gordurosos ou apimentados.
Segundo o médico que me atendeu, um exemplo de como os cuidados do viajante podem protegê-lo, é que nenhum dos soldados brasileiros que estão no Haiti atualmente foi contaminado com cólera, mesmo convivendo com a epidemia. Lógico que essa informação na verdade revela as contradições da ocupação brasileira no Haiti, e o pouco sucesso dessa “ajuda” na reversão das condições de vida da população, mas aí é assunto para outro texto!
Ele também estuda o seu histórico de vacinação de rotina, e avalia de acordo com seu destino que outras podem ser recomendadas ou obrigatórias. Há países que exigem a vacinação de Febre Amarela na imigração, por exemplo. Caso seja necessário, pode receber as vacinas no próprio HRAN após a consulta. O atendimento se dá em dias da semana mediante agendamento prévio por telefone. O telefone para agendamento é (61) 3325-4362. Para quem não é de Brasília, informe-se sobre a atenção ao visitante em sua cidade.
Cartão Internacional de Vacinação e Profilaxia
Se a sua viagem for para um destino internacional, além de tomar as vacinas é necessário emitir a versão internacional de sua carteira de vacinação, principalmente no caso de viagens para países que exigem a de Febre Amarela.
Dicas do Laboratório do Viajante da USP |
Para tirar o cartão é necessário apresentar documento de identidade e cartão de vacinação emitido por centro público de saúde, ou centro privado cadastrado na ANVISA.
Acesse o site da ANVISA para obter mais informações sobre os Centros de Orientação ao Visitante que emitem o Cartão Internacional de Vacinação, bem como os centros de saúde privados cadastrados no órgão.
Mesmo que a viagem seja de férias, descanso, é bom estar sempre alerta para que nenhum imprevisto estrague seu passeio! Lembre-se que durante as viagens nosso corpo é mais exigido que em nossa rotina, e está exposto a um ambiente que, por não ser o costumeiro, pode nos expor a novas ameaças. Assegure-se e viaja tranquilo!
Ana Beatriz Serpa é turismóloga militante e articulista da Agência de Notícias Alternativas.
Mantém o blog Planejo Viajar - (blog integrante da rede de blogues da ANOTA)
A DIVULGAÇÃO, CITAÇÃO, CÓPIA E REPRODUÇÃO AMPLA DESTE TEXTO É PERMITIDA E ACONSELHADA, desde que seja dado crédito ao autor original (cite artigo de autoria de Ana Beatriz Serpa, publicado originalmente pela ANOTA – Agência de Notícias Alternativas)
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