por Ademar Lourenço, de Brasília
Nunca gostei do grupo “É o Tchan”. Eu tinha asco do tal “cumpadre” Washington, líder da banda. Hoje eu reconheço que o cara pelo menos tem senso de humor e soube envelhecer (não falo aqui de idade). Ninguém leva o tal “cumpadre” a sério. Ele é visto como uma subcelebridade que canta músicas que as pessoas hoje têm vergonha de dizer que já gostaram. Mas o cantor leva tudo com espírito esportivo e aceita a brincadeira. Ao assumir esse papel, o ele pelo menos se livrou do ridículo de querer ser outra coisa.
O cantor Lobão agiu diferente.
Ele não aceita que sua música não encanta mais ninguém, a não ser meia dúzia de
fãs. Se dependesse da carreira de roqueiro, ele não iria manter o padrão de
vida. Isto é um problema para o senhor João Luiz Woerdenbag Filho, principalmente
agora que o plano de saúde deve ter encarecido por conta da idade avançada.
Ao invés de assumir que é uma
bizarrice do passado que as pessoas gostam de se lembrar para rir, como o
“cumpadre”, Lobão partiu para a ofensiva. Agora é colunista da revista “Veja” e
recentemente foi contratado pela Record. Motivo: posar de esquerdista
arrependido para veículos de comunicação conservadores. Em seu primeiro artigo na
Veja ele tentou desmoralizar os cantores de rap, os movimentos sociais e os
ex-guerrilheiros que lutaram na resistência à ditadura militar. Em resumo, defendeu
ideias totalmente contrárias ao que ele defendia na época da fama.
Se antes ele era o estereótipo do
esquerdista rebelde burguês, hoje ele encarna o direitista rebelde burguês. Em
1989, ele fez campanha para o Lula. Em 2000, vendia seu CD em bancas de revista
para fortalecer uma alternativa às grandes gravadores.Hoje ele faz piadas das
pessoas torturadas na ditadura e calunia os movimentos sociais. Nos dois papéis
ele sempre foi superficial, falso e só queria fazer polêmica para aparecer. Que
bom que agora ele está com a direita. Vai com Deus, Lobão. Que a Igreja
Universal te abençoe.
Boa Ademar! Muito criativo, muito bem escrito!
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