quarta-feira, 2 de outubro de 2013

A transferência de recursos da Secretaria de Educação do Rio para a Fundação Roberto Marinho

Por Luis Nassif, via Jornal GGN

   O grupo empresarial da família Marinho tem, desde o início do movimento grevista dos profissionais de educação do Município do Rio de Janeiro, demonstrado especiais padrões de um jornalismo indecente. Os compromissos estreitos entre as Organizações Globo e os interesses corporativos de grandes empresas nacionais e internacionais, com o sistema financeiro e com o atraso político, econômico e social do País são notórios e flagrantes há décadas. A partir dos anos 1980, sobretudo após a tentativa de fraude das eleições para o governo do estado do Rio de Janeiro, que visava retirar de Leonel Brizola a vitória eleitoral - tentativa esta que contou com o apoio ostensivo da família Marinho - o grito de guerra "A gente não é bobo, abaixo a Rede Globo!" ecoa folgadamente nas ruas cariocas e brasileiras, não sem razão.

   O Globo hoje publica matéria que desqualifica a retomada da greve pelos profissionais de educação do Município do Rio de Janeiro. Pelos motivos assinalados, a empresa já não demonstra muita autoridade moral para abordar movimentos sociais. Contudo, uma variável adicional retira qualquer possibilidade de um jornalismo decente por parte dessa empresa: ela recebe há anos vultosos recursos públicos da Prefeitura do Rio, precisamente do Orçamento da educação municipal! Observando os dados disponíveis, e públicos, na página da Controladoria Geral do Município - Rio Transparente -, vemos os seguintes números de sucção de recursos do nosso Município pela Fundação Roberto Marinho:

2009: R$ 209.695,00

2010: R$ 2.513.941,00

2011: R$ 21.182.089,73

2012: R$ 4.107.334,00

2013: R$ 2.170.000,00

Total (2009-2013): R$ 30.183.059,73

   Todos estes números encontram-se nas imagens disponibilizadas, ano a ano.

   Sabem para qual atividade a desempenhar, basicamente, em nossa educação municipal? Oferta daquelas velhas imagens do "Telecurso 1o grau", dos anos 1980, em que o computador doméstico sequer era disponível no País, em cursos de "aceleração", que conformam, nada mais, nada menos, do que uma verdadeira expulsão de estudantes semialfabetizados da escola...

   Compartilhem, denunciem essa empresa lesa-pátria, que suga os cofres da nossa cidade!

   Dados disponíveis aqui


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