quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

EUA rejeitam suco brasileiro com grande quantidade de agrotóxicos

 
O governo dos Estados Unidos identificou em cinco cargas de suco de laranja brasileiro teor acima do permitido de um produto usado para combater doenças nas plantações. Dentre as empresas responsáveis pelo uso está a Cutrale.

   De acordo com informações da página do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a utilização do agrotóxico fungicida carbendazim na produção de laranjas é proibida nos Estados Unidos, mas é usado em grande escala no Brasil.
   De 80 navios de suco de laranja testados pela FDA, — responsável por monitorar alimentos e medicamentos no país – 11 apontaram presença de carbendazim acima do permitido, sendo cinco cargas do Brasil. As grandes indústrias do setor são a Cutrale, Citrosuco, Citrovita (controlada pelo grupo Votorantim) e Louis Dreyfus.
   A Cutrale, sozinha, responde por 80% da produção mundial de suco de laranja concentrado (superior a um milhão de toneladas por ano) e exporta 97% da produção. Os Estados Unidos compram 15% de todo o suco brasileiro, maior produtor mundial da bebida.
   Em agosto de 2011, 400 integrantes do MST ocuparam a Fazenda Santo Henrique, de 2,6 mil hectares, no município de Iaras, na região de Bauru. Na época, o movimento apresentou ao Tribunal de Justiça Federal de São Paulo, ao Ministério Público Estadual e à Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) denúncia de que a Cutrale usava agrotóxicos e pesticidas em larga escala, que seriam responsáveis pela poluição dos recursos naturais na região.

   A ocupação reivindicava a arrecadação da área para fins de Reforma Agrária. A área utilizada pela empresa tem origem pública e, de acordo com a lei, deve ser destinada à Reforma Agrária. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) tem estudos que comprovam que a área é devoluta e disputa na Justiça a posse da Fazenda Santo Henrique.

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