Por Leonardo Possidonio
A derrota para a República Dominicana na fase grupo parecia ser uma repetição dos outros torneios Pré-Olímpico ao qual fomos eliminados. Sem dúvida, não tinha que ser igual. Pois houve uma boa preparação, uma postura tática diferente, renovação, um time que trabalha melhor na defesa, transição e ataque, e principalmente: a individualidade deu lugar a coletividade.
Deixamos de ser um time: que arremessava indeliberadamente, sem trabalhar bem a bola e sem ninguém estar posicionado para o rebote; que tinha grande deficiência na defesa (ainda que precisemos evoluir mais); cercado por “panelinhas”; e sem confiança e motivação.
Essa nova cara da seleção brasileira ficou mais nítida na segunda fase do torneio: passamos por cima da Argentina em Mar Del Plata, nos vingamos de Porto Rico (nosso antigo carrasco) e conseguimos vencer a revanche contra a República Dominicana no mesmo torneio. Magnano, os jogadores e vários outros atores que tem lutado para mudar o basquete no Brasil têm mérito por esta classificação para as Olimpíadas de 2012/Londres. Em especial porque o time brasileiro teve confiança no técnico e não se abalou com as polêmicas envolvendo Nenê e Leandrinho.
A classificação brasileira deve ser entendida como um passo em busca da melhora da estrutura da prática do mesmo no Brasil: os aros e tabelas precisam voltar às quadras públicas; os clubes – principalmente nas cidades que tem mais tradição – precisam investir mais neste esporte; nossa liga precisa ser fortalecida e ganhar espaço na TV aberta; nossos técnicos precisam aprender mais com os treinadores estrangeiros; nossos jogadores precisam ter maior aplicação tática; etc.
Há muito trabalho pela frente. Nossas dificuldades e dúvidas estão para além da convocação ou não de Nenê, Leandrinho e Larry Taylor. Contudo, o momento é histórico. E diante da quebra de um jejum de 16 anos só nos resta comemorar, pois “todos os dias são de luta, mas muitas noites são de festa”.
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