quinta-feira, 1 de setembro de 2011

“Fora Ricardo Teixeira!”: campanha ganha o exemplo dos jogadores do Barcelona e força.

Por Leonardo Possidonio

“Já não estamos sós”, diriam os fundadores da ANT (Associação Nacional dos Torcedores), primeira organização a estruturar uma campanha sólida pedindo a saída do mandatário do futebol brasileiro, diante de uma reivindicação que ganha cada vez mais força e adesão de torcedores dos mais diversos times e organizações. No último final de semana foi a vez das torcidas organizadas protagonizarem atos públicos de insatisfação com a administração do futebol brasileiro. Uma bela atitude.

Torcedores, organizações de torcedores (ANT, Frente Nacional dos Torcedores, torcidas organizadas), jornalistas e parlamentares: unidos por novos rumos na administração do futebol brasileiro.

Ainda que o êxito não esteja nítido já é possível enumerar as surpresas que são produtos diretos da campanha: 1)O protagonismo de Romário no Congresso Nacional na crítica à organização do Brasil para a Copa de 2014; 2)A união de torcidas organizadas adversárias em torno de uma única pauta; 3)A não-intervenção declarada da Polícia Militar de Santa Catarina em proibir a manifestação no clássico Figueirense x Avaí diante de uma liminar de proibição expedida pelo Tribunal de Justiça - SC.

De fato, há atores que nesta luta ainda não se manifestaram, em especial uma categoria profissional seria decisiva para incidir com mais força nesta caminhada: os jogadores. Melhores condições de trabalho (centro de treinamento adequado, mais segurança nos estádios – para evitar que se joguem objetos ou projetem lanternas/lasers nos jogadores, gramado em condições razoáveis, etc.), a garantia de respeito ao contrato profissional (principalmente com salários em dia), etc. são bandeiras de luta que fazem parte do coro contra Teixeira que poderiam ser hasteadas pelos próprios jogadores. Infelizmente, falamos de uma categoria extremamente desmobilizada e desorganizada no mundo todo.

Contudo, não é um desejo ao qual devemos classificar como um sonho distante. Ou quem acreditava que três meses atrás quando Messi, Xavi, Iniesta, Puyol e cia. levantavam a taça de campeões da Uefa Champions League, comprovando a hegemonia azul-grená, estes entrariam em greve no início da próxima temporada? Uma greve articulada em unidade com merengues - seus rivais históricos – e todos os outros jogadores da primeira divisão da “Liga”. O ato protagonizado pelos craques de Barcelona e Real Madrid foram nitidamente de ampla solidariedade aos jogadores de times médios e pequenos, que estavam com salários em atraso e com risco de novos atrasos, num confronto direto com os clubes e com a RFEF (Real Federación Española de Fútbol), diante de uma crise econômica instalada em todo o mundo.

Portanto, o desejo de envolvimento dos jogadores brasileiros na campanha por novos rumos no futebol brasileiro é algo que se pode acreditar como sendo possível, real, factível. Mais uma vez, os jogadores do Barcelona são o exemplo a serem seguidos.

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