por Almir Cezar, de Brasília
Foto: Almir Cezar/ANOTA |
Na noite de terça-feira (23) estudantes e trabalhadoras da Universidade de Brasília (UnB) convocadas pelo Movimento Mulheres Em Luta do Distrito Federal (MML-DF) protestaram pelo campus e avenidas próximas exigindo medidas de segurança. A UnB consta com alguns tristes títulos, que motivaram o protesto: de área com maior número de furtos e roubos em Brasília, cujas principais vítimas são mulheres, e a universidade com maior número de estupros do país.
As manifestantes denunciam que as medidas adotadas pela Reitoria, com a omissão do DCE (Diretório Central dos Estudantes), se limitam a autorização da entrada da Polícia Militar no campus, o qual criticam por aumentar a tensão interna e não atacar a raiz do problema. Reivindicam para isso, medidas concretas da administração da universidade, como a melhoria da iluminação, constituição de uma guarda universitária, transporte público de qualidade circulando dentro do campus a todos os horários.
Também, denunciam que a violência contra mulher no ambiente universitário não se limita a criminalidade, incluem os episódios protagonizados em trotes machistas e homofóbicos e o assédio moral, cujas principais vítimas são as funcionárias mulheres da universidade, as demissões ilegais contra terceirizadas gestantes e a ausência de creche na UnB. As manifestantes destacam que as mulheres trabalhadoras, tanto as estudantes como funcionárias, são principais vítimas da insegurança, reafirmando a necessidade de combinar a luta feministas com o classismo (luta da classe trabalhadora).
Cantando palavras-de-ordem e portando bateria, megafone, faixas, cartazes e estandarte, as/os manifestantes circularam pelos corredores do ICC (Instituto Central de Ciências), principal prédio da instituição de educação. Na sequência caminharam com velas e tochas pelas ruas dentro e no entorno do campus, encerrando a manifestação na Avenida L2 Norte, uma via vizinha ao campus e uma das principais de Brasília, denunciando a insegurança e a baixa iluminação do percurso mais realizado diariamente pelos estudantes e trabalhadores da UnB para sair e entrar no campus e pegar ônibus. Não por acaso, esse percurso é onde acontece o maior número de assaltos e episódios de violência.
A manifestação contou com a adesão de vários homens, que apoiam à luta contra todas as formas de opressão contra as mulheres, salientando tratar-se de uma luta comum.
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