O trabalhador Francisco Targino (Foto: CSP-Conlutas/DF) |
por Almir Cezar, de Brasília
No dia 23 de setembro, a empresa PH Service, empresa prestadora de serviço à Universidade de Brasília (UnB) demitiu Francisco Targino, que há quatro anos ajuda a organizar a luta dos terceirizados da UnB e do Distrito Federal (DF) contra os desmandos das empresas e da reitoria. Os trabalhadores terceirizados do DF entendem ser uma demissão ilegal e acusam tratar-se de combinação entre a empresa e a reitoria, antecedendo uma onda de ataques aos direitos da categoria local.
Essa demissão é vista pelo movimento dos trabalhadores desse setor como ilegal. Até 8 de setembro Targino, porteiro, e membro coordenação da CSP-Conlutas no DF, tinha sua estabilidade garantida por ter sido membro da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). A empresa PH fechou a CIPA, não convocou a eleição que deveria ser realizada em agosto, para impedir que o companheiro fosse eleito e tivesse sua estabilidade garantida legalmente.
Os terceirizados entendem que a demissão de um das principais lideranças dos terceirizados dessa universidade e do Distrito Federal prepara uma onda de ataques aos trabalhadores desse setor, por isso tentariam desmobilizá-los. Nos últimos anos, os terceirizados teriam arrancando importantes vitórias, em função de sua mobilização. Targino teve papel fundamental na organização dos terceirizados da UnB que sofrem com atrasos, calotes, assédio moral e sexual, demissões ilegais, etc.
O reitor da UnB Ivan Camargo é bastante criticada por nada fazer contra a demissão uma das principais lideranças dos terceirizados. É inclusive acusado de usá-la para amedrontar e desmobilizar os trabalhadores, visando levar adiante um plano de demissão em massa para enxugamento dos gastos com terceirizados e de revisão nos contratos com as empresas.
A reitoria da UnB ao invés de avançar na apuração das irregularidades e dos altos lucros das empresas terceirizadas, ainda tentaria retirar a jornada flexível de trabalho dos técnicos-administrativos e o direito de moradia dos professores e servidores da UnB, para garantir os privilégios dessas empresas.
A demissão também acontece no momento em que os trabalhadores da limpeza lutam contra os descontos ilegais que a empresa Fortaleza veriam fazendo nos seus salários, e também no momento em que os porteiros levam adiante a reivindicação para que os novos postos de vigilantes sejam destinados, prioritariamente, aos porteiros que já atuam na universidade.
Os trabalhadores terceirizados da UnB lançaram ainda um manifesto exigindo além da imediata reintegração de Francisco Targino, a defesa da liberdade de organização sindical dos trabalhadores, o fim da 'ditadura' das empresas terceirizadas e a auditoria em todas as contas das empresas terceirizadas imediatamente.
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