Por Gabriel Tolstoy, especial para a ANotA
Cerca de 40 trabalhadores dos Correios realizaram assembléia no auditório do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos (Sintect-RJ), no Centro, ontem, dia 29/04. Os carteiros, operadores de triagem e transbordo (OTT), atendentes comerciais (AC), entre outros, vieram de várias partes da região metropolitana do estado do RJ para discutir a situação da categoria e a proposta de participação nos lucros e resultados (PLR) feita pela ECT, que lucrou cerca de R$350 milhões em 2013.
Muitas reclamações foram feitas sobre as condições de trabalho, que estão muito ruins, com assaltos, acidentes e insalubridade constantes. Também se falou sobre a falta de pessoal, que sobrecarrega os trabalhadores. Segundo Ronaldo Marins, secretário-geral do Sintect-RJ, somente entre os carteiros há um déficit de 700 profissionais no estado.
Vários trabalhadores mostraram insatisfação com a assembléia ter poucas pessoas. "Está esvaziado porque a direção sindicato não convoca as assembléias na base, só sabe que vai ter quem procura muito", disse Julio César, carteiro, delegado sindical do Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) São Gonçalo e membro da Oposição CSP-Conlutas. Segundo Julio, "a direção do sindicato é ligado ao PCdoB, que faz parte do governo federal, então eles não querem luta na categoria porque querem proteger o governo."
A proposta de PLR da empresa foi considerada muito ruim pela categoria, já que a imensa maioria dos trabalhadores ganharia apenas cerca de R$300. Depois de deliberação, a categoria deliberou por rejeitar a proposta da empresa e exigir mudanças em vários pontos, especialmente os valores de remuneração para os trabalhadores.