Arte do chargista Latuff |
Por AsCom CEV-Rio
Tudo indica que o assassinato do coronel Paulo Malhães,
torturador e assassino confesso de presos políticos durante a ditadura, não foi
um mero crime comum. Recentemente Malhães tinha dado depoimentos à Comissão da
Verdade do Rio, confessando alguns de seus crimes e, inclusive, detalhando
procedimentos usados para fazer desaparecer os corpos de presos políticos.
As circunstâncias de sua morte apontam para uma queima de
arquivo e uma tentativa de intimidação de outros agentes do aparelho repressivo
do regime militar que, porventura, estivessem também dispostos a prestar
depoimentos sobre os anos de chumbo.
Por isso, consideramos essencial que a investigação do
assassinato conte com a participação da Polícia Federal.
Ao mesmo tempo, esse crime mostra, mais uma vez, a
necessidade imperiosa de que sejam abertos os arquivos militares da repressão
política e esclarecidos os crimes cometidos nos porões da ditadura. Só assim
poderemos virar essa página e consolidar a democracia em nosso país.
Wadih Damous, Presidente da Comissão da Verdade do Rio
Nenhum comentário:
Postar um comentário