Por Vivian Fernandes, da RadioAgência NP
Nos primeiros sete meses de 2011 foram registrados 218 casos de conflitos trabalhistas no campo brasileiro - grande parte relativa a trabalho escravo -, envolvendo 3.882 pessoas. O número representa um aumento de 23% em relação ao ano anterior. Os dados foram divulgados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) em relatório parcial referente a 2011.
Segundo a entidade, “a região Centro-Oeste concentrou o maior número de trabalhadores submetidos a condições de trabalho escravo, quase 50%, 1.914 pessoas, do total”.
Outro dado alarmante é o de ameaças de morte, que cresceu 107%. Este ano foram 172 pessoas ameaçadas, para 83 do ano passado. No entanto, o saldo de assassinatos de trabalhadores diminuiu cerca de 17%. Até novembro de 2011 foram 23 mortes, enquanto em 2010 foram 30 casos.
Mesmo que em número menor, os assassinatos deste ano tiveram grande repercussão na sociedade. Alguns dos casos emblemáticos foram o do casal de extrativistas Maria do Espírito Santo e José Claudio Ribeiro da Silva, no Pará, além da liderança indígena do Mato Grosso do Sul, cacique Nísio Gomes.
Apesar do crescimento em algumas situações, o total de conflitos no campo deste ano diminui 12% em relação ao ano anterior. Foram 686 casos em 2011, para 777 em 2010. Este dado refere-se ao conjunto de conflitos por terra, água e trabalhistas.
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