sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Rio de Janeiro realiza primeiro ato contra o aumento das passagens em 2014

texto e fotos por Rodrigo Barrenechea, editor

Fim de tarde no centro do Rio, ainda fazia bastante calor, mas nuvens carregadas tomavam o céu de assalto. Aos poucos, os manifestantes iam chegando na Candelária, suas bandeiras vermelhas, pretas, suas faixas e cartazes. Os discursos que antecederam o ato se sucediam mas a tônica era a mesma: ninguém aceitará um novo aumento da passagem sem resistência. Lembre-se que, se no município do Rio a tarifa ainda não aumentou, em São Gonçalo ou nos intermunicipais o preço já sofreu reajuste...


 Cerca de mil manifestantes se reuniram e começaram a marcha, seguindo pela Avenida Rio Branco. No céu, já escuro pelas nuvens, relâmpagos e trovões se faziam sentir, e a cada estrondo a massa respondia aos gritos. Era a animação dos manifestantes combinada com o esgotamento causado pelo calor, e que se sentia na felicidade das pessoas quando a chuva caiu. E que chuva!


   Da rua ninguém arredou pé. As pessoas, encharcadas, ensopadas, continuavam a gritar, a cantar, a protestar. Num momento de inspiração, surge esta: "Pode chover, pode molhar, Sérgio Cabral, eu vou te derrubar!"... "Não vai ter Copa", "Fora Cabral" e "Se a passagem aumentar, o Rio vai parar" alternavam-se com mais gritos por conta dos trovões. A população, que sempre fica curiosa pelos atos, desta vez
ficou ainda mais indagativa, pois os "badernistas" não deixaram a rua, não fugiram da chuva, pois da luta eles não fugiriam mesmo.

A PM de Cabral, conhecidamente truculenta, deve ter dado um nó na cabeça de seus comandantes e comandados: como jogar bombas e gás de pimenta com o dilúvio que caía? Pelo menos as balas de borracha ainda surtiriam efeito, devem ter pensado alguns com maior senso de combate, alguns mais truculentos. Mas, penso eu, toda aquela água, além de refrescar nossos corpos, deixou a todos um tanto cansados.

Quando a marcha chegou a seu destino, o prédio da Assembleia Legislativa, na rua 1º de março, a chuva já havia diminuído bastante. Da mesma forma, o aparato repressivo já havia se reorganizado, com um grande contingente policial aguardando o ato nas escadarias do parlamento estadual. Contudo, o elemento novo - toda aquela chuva -, deu um ânimo diferente ao protesto. Outros virão, mas quem esteve neste aprendeu uma lição: nada vai detê-los, nem a indiferença de muitos, nem a violência de pouco, muito menos as forças da natureza...

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