Por Adriano Espíndola Cavalheiro, de Uberaba (MG)
Especial para a ANOTA
Trabalhadores de postos de combustíveis de Minas Gerais ameaçam com greve no setor (Foto: EBC) |
Realizado na Superintendência Regional do Trabalho de Belo Horizonte, o sétimo encontro entre os Sindicados dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis de Minas Gerais com o sindicato dos patrões do setor, conhecido por Minaspetro. Da reunião participou ainda a Federação Nacional dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo (Fenespospetro), representada por seu presidente Francisco Soares de Sousa e seu diretor regional Hozano Félix.
Apesar deste ter sido o sétimo encontro dos representantes frentistas mineiros com os patrões - o primeiro com a intermediação do Ministério do Trabalho pelo fato das negociações diretas não terem dado resultados pela intransigência patronal, a bancada patronal, liderada pelo empresário do setor, Maurício Vieira - manteve a resistência observada nos encontros anteriores.
Os frentistas querem reajuste de 12% sobre os salários e PLR, aumento no valor da Cesta básica, de R$60,00 para R$100,00, além do acolhimento de reivindicações de cunho social constante da pauta e elaborada conforme os precedentes do TRT/MG, ou seja, conforme a maioria das decisões judiciais tomadas pela Justiça do Trabalho de Minas, quando este órgão julgam negociações coletivas que restaram frustradas, os chamados dissídios coletivos.
Representando os frentistas de Uberaba e Região, participaram da reunião os sindicalistas Milton Pereira e Paulo Bosqueto. Eles ressaltaram que os donos de postos de combustível querem manter a situação de miséria, na qual cerca de 40 mil trabalhadores do setor se encontram, pelos baixos salários e péssimas condições de trabalho, inclusive, no ponto de vista de segurança, que se dá em Minas Gerais. Nas palavras dos sindicalistas “a patronal nos ofereceu esmola, apenas 6% de aumento e mais nada. É incrível ver o quanto eles não valoriza os trabalhadores que constroem sua riqueza, nossa categoria profissional. Enquanto nós trabalhadores, que damos nosso suor na empresa, ficando cada vez mais pobres, temos que nos virarmos míseros salários, o que vemos são os patrões fazendo festas, adquirindo mais postos de gasolina e diversos bens.”
Diante disto, os sindicatos estão mobilizando a categoria, com o que Minas Gerais pode sofrer um apagão de combustível, com paralisações e greve nos postos de abastecimento, até uma solução final para a situação, que poderá desembocar nos tribunais trabalhistas.
Para o presidente do sindicato de Belo Horizonte, Possidônio de Oliveira, se o impasse se mantiver, é real a possibilidade de convocação a uma paralisação dos trabalhadores em postos de combustíveis do estado. “Não pactuaremos com uma proposta que não signifique melhorias reais à condição social e econômica dos trabalhadores” disse.
Além da Federação e do Sindicato de Uberaba e Belo Horizonte, participaram da reunião, Paulo Guizellini, representando os trabalhadores da região de Juiz de Fora e Valdir Delfino do representando Patos de Minas e região.
O encontro foi finalizado sob condição de estudo, pela Minaspetro, de apresentação de nova proposta, durante os dois novos encontros das partes, a serem realizados em 04 e 06 de Fevereiro, na sede da entidade e na Superintendência do Trabalho, em MG. Enquanto os tambores da greve começam a ressoar em Minas Gerais.
Com informações: Fenepospetro.
Adriano Espíndola Cavalheiro é advogado militante e articulista da ANOTA
Mantém o blog Defesa do Trabalhador (blog integrante da Rede ANOTA).
É também advogado do Sindicato dos Frentistas de Uberaba e Região - SIND-PETRO.
Contato: defesadotrabalhador@terra.com.br .
DIVULGAÇÃO, CITAÇÃO, CÓPIA E REPRODUÇÃO AMPLA DESTE TEXTO É PERMITIDA E ACONSELHADA, desde que seja dado crédito ao autor original (cite artigo de autoria de Adriano Espíndola Cavalheiro, publicado originalmente pela ANOTA – Agência de Notícias Alternativas)
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