segunda-feira, 29 de junho de 2015

Sobre o amor e família

Por Adriano Espíndola Cavalheiro, especial para a ANotA
"Família tem que ser amor e democrática para poder realmente ser chamada por este nome... Mas famílias constituídas sobre opressão e submissão, não são sadias... O amor deve ser o motivo, a razão de viver... É nestes moldes que defendo o casamento, do contrário, sou contra ele... Com efeito, pouco me importa a orientação sexual dos cônjuges; se a família for construída com base no amor." 
Debate muito interessante é o acerca do conceito de família, uma vez que este tema está em discussão no Congresso Nacional. Quero falar um pouco deste tema, pois o entendo muito importante. Ao discutir Família, temos que ter em mente que, sem relações internas, intergeracionais, pautada no respeito mútuo entre seus membros, o que é possível apenas num ambiente de amor, não pode ser chamado efetivamente de família. 

Os que fundamentalistas defendem, baseado em um tal de tradicionalismo, é a propagação do machismo, da submissão dos filhos e das mulheres ao pai, ao macho. Infelizmente, entretanto, esse é modelo de família, o dos fundamentalistas, que ainda se impõe entre boa parte, senão a maioria, de nós. 

Ocorre que famílias constituídas sobre opressão e submissão, não são sadias. Ao contrário, são ambientes propícios para formação de pessoas emocionalmente desequilibradas, que não sabem viver harmonicamente em sociedade e que são candidatas a protagonizar sérios problemas.


Uma família - e é assim que buscamos, Rita (minha companheira) e eu, construir a nossa - tem que ser baseada no respeito mútuo entre os cônjuges e os filhos. O amor deve ser o motivo, a razão de viver e é nestes moldes que defendo o casamento, do contrário, sou contra ele. 

Melhor me explicando: Sou contra o casamento no modelo hétero-burguês, onde o macho alfa se impõe. Ele é um modelo ultrapassado e que deve ser superado, pois Amor é parceria, cumplicidade. 

Família, na minha opinião, portanto, tem que ser amor, respeito, carinho, cumplicidade e parceria, para que seja o palco da realização de nossos sonhos de realização pessoal, de forma que, pouco me importa a orientação sexual dos cônjuges, se a família for construída com base no amor. 

Assim, como apontou meu amigo e companheiro de lutas Wilson Honório da Silva, que inspirou essa minha postagem, o reconhecimento do casamento para pessoas do mesmo sexo nos Estados Unidos, é uma enorme vitória contra aqueles e aquelas que se recusam a reconhecer o simples fato de que todos e todas têm o direito de amar e vivenciar este amor na sociedade da forma que bem entenderem. 

Agora devemos fortalecer a luta no Brasil, para que que o governo Dilma rompa com a fundamentalistas e reacionários de todas matizes e transforme em lei não apenas o casamento entre pessoas do mesmo sexo e amplie o conceito legal de família, mas também transforme em crime a homofobia.  
* Adriano Espíndola Cavalheiro, é advogado trabalhista em Uberaba/MG e assessor jurídico de entidades sindicais. Membro do corpo jurídico da CSP Conlutas e da Renap – Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares. É presidente da Comissão de Movimentos Sociais da 14ª Subseção da OAB de Minas Gerais (OAB/Uberaba) e Coordenador Geral do Instituto de Advogados e Advogadas do Triângulo Mineiro. É articulista da ANOTA - Agência de Notícias Alternativas. 
Email: advocaciasindical@terra.com.br 

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