quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Moção da ANotA sobre os ataques ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro

Abraji assegura que em um ano houve 190
agressões a jornalistas em protestos
no Brasil http://shar.es/LRDPd

   Nesses últimos dias, a grande imprensa deu espaço a um abaixo-assinado que pede a destituição da diretoria eleita do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, eleito democraticamente pela categoria em 2013. Diante dos ataques que a diretoria eleita do SJMRJ vêm sofrendo, a ANotA declara, por meio desta nota, que:

- a categoria dos jornalistas do Rio tem em seu sindicato um importante instrumento de defesa dos seus direitos, organizando suas lutas e pautas de reivindicação, assim como um mediador dessa categoria com diversos movimentos sociais e coletivos de imprensa alternativa. Independente de quaisquer diferenças políticas com a direção do SJMRJ, respeitamos a decisão democrática dos jornalistas de elegerem essa direção;

- pelo alarde com que esse abaixo-assinado vem sendo tratado - merecendo matéria no jornal O Globo, consideramos que há mais por trás dessa demanda pela renúncia da diretoria do SJMRJ do que mera instatisfação de um setor da categoria dos jornalistas;


- O Globo - cuja postura editorial em relação aos movimentos sociais e a de levantar acusações perigosas sobre supostas ligações entre estes movimentos, diversos sindicatos, como o SEPE, o Sindsprev e o Sindipetro, e outras organizações políticas - está condenando sem direito a defesa aqueles que lutam por seus direitos, reproduzindo práticas amplamente utilizadas por este veículo nos anos da ditadura militar;

- Ao dar audiência a este abaixo-assinado, o Globo não apenas coloca o SJMRJ neste torvelinho de acusações sem provas, como corrobora o golpismo contra a direção do sindicato, o que levanta dúvidas sobre a alegada isenção deste meio de imprensa, assim como que interesses estão por trás deste abaixo-assinado;

- desde os protestos de junho do ano passado que a grande imprensa vem tratando as manifestações como atos criminosos e subversivos. Isso se agravou com a morte do cinegrafista Santiago Andrade, da Band, cujo falecimento levou a uma ofensiva policial e midiática contra os protestos;

- Nesta questão, tanto a ANotA quanto o SJMRJ vem tratando esta postura como uma criminalização dos movimentos sociais como um todo. Não se pode negar que as duas entidades vêm travando uma luta contra a criminalização dos movimentos sociais, seja na defesa das manifestações, quanto na discussão de qual deve ser o papel da imprensa na cobertura destes atos e como os profissionais de imprensa devem ser protegidos de agressões - no caso do SJMRJ. Dessa forma, a liberdade de expressão se complementa à liberdade de manifestação;
6 famílias controlam 70% da imprensa
no Brasil http://tinyurl.com/nu2ooq9

   Desta forma, nos solidarizamos com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, repudiando o golpismo, os interesses escusos por trás deste e a tentativa de usar esses interesses de forma a ainda mais criminalizar que luta por seus direitos.

* Pela democratização dos meios de comunicação!
* Não à criminalização dos movimentos sociais.
* Não ao golpismo patrocinado pela grande imprensa.
 

Rio de Janeiro, 07 de agosto de 2014.
ANotA - Agência de Notícias Alternativas

Ademar Lourenço, Almir Cezar Filho, Antônio Figueiredo, Carlos Serrano, Dirley Santos, Rodrigo Barrenechea, Rodrigo Noel.

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