Por Mariana Rio, socióloga e ativista do Movimento Mulheres em Luta (MML/RJ)
Todo 8 de março, Dia Internacional da Mulher, as loja pelo mundo são inundadas com anúncios de promoções e declarações apaixonas de amor às mulheres. A ONU e vários presidentes divulgam mensagens em defesa das mulheres e pelo direito á igualdade de gênero. Historiadores são convidados a fazerem um resgate histórico na televisão lembrando as mulheres queimadas na fábrica têxtil Cotton, de Nova Yorque (EUA), em 1857.
Mas o que os historiadores contratados pelas TVs e as lojas não contam é que o 8 de março vai além do caráter que vem tomando essa data hoje. E que, na verdade, foi no dia 25 de março de 1911, que as operárias foram queimadas. Uma história bem diferente do que conhecemos. O 8 de março é uma data historicamente de luta e exemplo da força das mulher trabalhadora.
Segundo pesquisas, como das professoras, Dolores Farias (UFCE) e Naumi Vasconcelos (UFRJ), o 8 de março surgiu no II Congresso Internacional das Mulheres Socialistas, realizado em 1910, na cidade de Copenhague (Dinamarca), quando a revolucionária alemã Clara Zetkin propôs essa data como referencial das lutas das operárias por salários dignos, redução da jornada, melhores condições de trabalho e pelo direito das mulheres ao voto e à igualdade.
Em 1921, a data foi reafirmada na Conferência de Mulheres Russas enquanto uma homenagem às operárias têxteis que, revoltadas pela fome e pela guerra, entraram em greve e desencadearam a revolução de fevereiro e o fim do czarismo na Russia.
Uma homenagem às mulheres como Lélia Gonzalez, Roseli Nunes, Rosa Parks e Dandara. Uma homenagem a todas as trabalhadoras, que todos os dias sofrem devido a exploração e a opressão de gênero. Mulheres de luta, que todos os dias são a cara da resistência. Essas são o rosto do verdadeiro 8 de março.
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