quarta-feira, 25 de março de 2015

Professores do estado do Pará estão em greve.



Professores do Estado do Pará iniciam greve com assembleia e ato em Belém.

Greve que foi decidida pela categoria semana passada, conta com o apoio de pais e estudantes.

Mesmo debaixo de uma forte chuva característica de nosso inverno amazônico, os professores da rede estadual do Pará deram início oficialmente, à greve decidida pela categoria na semana passada. Uma assembleia marcada para as 9 horas da manhã, em São Brás, pelo Sindicato dos Professores do Estado do Pará (SINTEPP), reuniu mais de 2.500 trabalhadores da educação e contou com o apoio de estudantes da rede pública e pais de alunos. O movimento de paralisação por tempo indeterminado da categoria tem como principal reivindicação a exigência de que o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB) pague o piso salarial dos professores que está atrasado desde janeiro, além da manutenção das aulas suplementares sem redução de salários, eleição direta para diretor e implementação do Plano de Carreira Unificada. Cerca de 80% da categoria, aderiu ao movimento grevista.


A paralisação começou a ser organizada pela categoria desde segunda-feira, 23, quando os professores reuniram-se com estudantes explicando os motivos que os levaram à greve. Ontem, terça-feira, foi a vez dos pais dos alunos participarem de reuniões nas escolas com a categoria. Na assembleia de hoje, estudantes de algumas escolas estaduais como a escola Augusto Meira, umas das maiores de Belém estavam presentes com cartazes em apoio e solidariedade à greve dos professores. Eles chegaram à assembleia, cantando: “O professor é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo”.

Pouco mais de dez horas da manhã, a categoria saiu em passeata com carro-som, fechando a Avenida Almirante Barroso, principal via de entrada e saída de Belém e se dirigindo até a Secretaria de Administração do estado, SEAD. Durante o ato, os professores receberam o apoio e a solidariedade de diversas pessoas nas ruas, de operários da construção civil que trabalhavam em obras próximas. Gilmar Mendes, diretor, representando o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém, filiado à CSP-Conlutas, esteve presente no ato e falou no carro-som que os operários do setor estão apoiando a greve dos professores.

O pedagogo e especialista em educação, Antônio Diniz, disse em entrevista que a situação da educação pública no Pará é lamentável. Enquanto Jatene cria uma secretaria especial para sua filha, os professores e alunos sofrem com escolas sucateadas, com a falta de merenda escolar, falta de livros didáticos, e outras coisas. Ele denuncia que Jatene quer mexer na jornada dos professores, o que acaba mexendo também com os seus vencimentos. O atraso do pagamento do piso, que deveria ser reajustado em 13,01%, gera revolta e indignação já que governo sinalizou pagar só no fim de abril e não há perspectivas de os professores receberem os retroativos correspondentes a janeiro, fevereiro e março. “A categoria não vai aceitar parcelamento de piso”, disse Antônio.

No meio do ato, a TV Liberal, filiada à Rede Globo, foi expulsa pela categoria por ter chamado em seu jornal, os professores de trapaceiros e mafiosos. Josyanne Quemel, professora que constrói a Oposição Luta Educador, filiado à CSP-Conlutas, disse que quem mente é a Liberal e Jatene, e que a luta dos professores é em defesa da educação pública.

O ato terminou em frente à SEAD, onde a categoria votou uma agenda de lutas para os próximos dias e sua participação em massa, amanhã, no dia 26 de março, dia nacional em defesa da educação pública. A greve começou e começou forte.

por Wellingta Macêdo, direto de Belém do Pará.





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