terça-feira, 3 de junho de 2014

Fórum de Saúde do Rio realiza debate sobre o dia do assistente social

por Rodrigo Barrenechea, editor

 
Fotos: Rodrigo Barrenechea (por celular)
  Cerca de 80 pessoas compareceram ao auditório do Hospital Federal de Bonsucesso, na zona norte do Rio, em debate convocado pelo Fórum de Saúde do Rio. O debate, organizado em torno à comemoração do dia do assistente social, teve como debatedores Cíntia Teixeira, pela CSP-Conlutas, Jorge Darze, presidente do sindicato dos médicos,  Maria de Fátima Andreazzi, professora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva - IESC/UFRJ e Mônica Olivar, Assistente Social da FIOCRUZ e diretora do CRESS 7ª região. Seu tema principal, "OS TRABALHADORES DA SAÚDE NO CENÁRIO CONTEMPORÂNEO DO SUS", tem a ver com os processos de desmonte do Sistema Único de Saúde, privilegiando o estabelecimento de mecanismos privatistas de prestação de cuidados de saúde, especialmente o impulso aos planos de saúde privada e a gestão terceirizada das unidades de saúde, por meio das OS's (Organizações Sociais).



  Segundo Darze, esse projeto privatista não é exclusivo do governo brasileiro, mas derivado de organismos internacionais, especialmente da Organização Mundial de Saúde (OMS), no sentido de se estabelecer uma verdadeira precarização da prestação de serviços de saúde, limitando-os a um mínimo e entregando os procedimentos mais complexos à iniciativa privada. Ou seja, constituir uma "saúde pobre para gente pobre". 

A isso adiciona-se uma burla à obrigatoriedade do concurso como forma de ingresso no serviço público; isso implicaria num retorno ao período anterior à Constituição de 1988, onde as unidades de saúde eram áreas de influência política e o servidor, desprotegido do assédio moral e impedido de expressar suas opiniões. A pedra de toque foi a proposta de criação da EBSERH, originalmente voltado para os hospitais universitários, mas que pode se estender a todas as unidades pertencentes ao SUS. Felizmente, a maioria das universidades federais rejeitou a presença da EBSERH; contudo, esta funciona ilegalmente em espaço cedido pela UFRJ.

  Já para Cíntia, o governo federal tentou implementar um grave ataque aos trabalhadores de saúde, ao tentar aumentar sua carga horária - de 30 para 40 horas -, o que impediria o duplo vínculo, acarretando em desemprego e diminuição de salários. O que impediu isso foi uma importante greve de 38 dias, de caráter defensivo, que conseguiu impedir a implementação do aumento de carga horária na maioria das carreiras.

  Também foi salientado pela coordenadora da mesa de saúde do Cress, Mônica Olivar, a necessidade de unificação das
lutas pela saúde pública, em especial contra a implantação da EBSERH. Já a professora Andreazzi levantou a questão de se buscar apoio nos usuários do SUS, que são vítimas de um verdadeiro genocídio por parte do Estado.

  O debate foi encerrado com uma apresentação do Coral do GALT (Grupo de Apoio aos Laringostomizados Totais), composto por pacientes e profissionais de saúde do HFB.

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