Por Adriano Espíndola Cavalheiro, de Uberaba (MG)
Especial para a ANotA
Vocês que acompanham minhas postagens sabe que sou advogado e foco minha atividade profissional especialmente perante a Justiça do Trabalho, ainda que, juntamente com a equipe de trabalho do meu escritório, atue em outras áreas. Vocês também sabem que, além de militar no PSTU, aliás, como consequência deste fato, sou também um ativista do movimento social, o que eu faço, sempre que possível, desde o suporte jurídico às lutas dos trabalhadores e da juventude. Vocês sabem, ainda, que eu gosto, até de forma um pouco excessiva, de utilizar a net, não apenas para comunicar, mas como instrumento de trabalho, pois além de valer-me das redes sociais para comunicar-me com boa parte de minha clientela, a uso a net para estudar e aprimorar meus conhecimentos (a internet é algo bem além do faces da vida).
Pois bem, escrevo essa mensagem, um pouco longa para os padrões das redes sociais, mas dentro dos padrões dos meus escritos (com o que acredito que boa parte de vocês terá tido a paciência de me ter lido até aqui e continuar com a leitura), pois hoje foi um dia extremamente diferente e especial.
Faz alguns dias, não mais do que duas semanas, que resolvi criar um grupo de ADVOGADOS TRABALHISTAS no WhatsApp. Objetivo: discutir os problemas que assolam a advocacia e o judiciário trabalhista, esse último que (em face da estagnação dos movimentos sociais brasileiros) converteu-se, faz algum tempo, na última esperança de muitos trabalhadores para buscar a restituição daquilo que indevidamente lhe foi tomado, ou por empregadores despreparados, ou por patrões ávidos por lucros que não sabem respeitar o direito alheio).
Tamanho são estes problemas, entre os quais se destaca a demora de quase três anos para designar uma audiência em Uberaba, que o grupo não apenas "bombou", estando praticamente lotado, mas, a partir dele, os advogados trabalhistas articularmos uma reunião presencial na OAB local, na qual, além de discutir sobre os problemas, buscando soluções, formamos uma Comissão de Advogados Trabalhistas, vinculada à OAB de Uberaba, por meio do qual formulamos, para ser apresentados aos juízes de Uberaba, um documento oficial pontuando nossas insatisfações, marcando, também, uma grande manifestação, ainda que silenciosa, para acompanhar sua entrega.
Para a minha grata satisfação, qual participaram mais de 80 advogados no nosso ato, seno que percorremos os gabinetes de todos os juízes trabalhistas de Uberaba, com um simples pedido: RESPEITO AOS ADVOGADOS, AOS TRABALHADORES EM ESPECIAL E AOS PÚBLICO EM GERAL (JURISDICIONADOS) DA JUSTIÇA DO TRABALHO, pois os problemas que nos assolam (audiência para daqui três anos, significa demora de seis a dez anos para o término de um processo, o que inviabiliza não só o exercício profissional, mas constitui um ataque a dignidade dos nossos clientes.
A quase centena de advogados trabalhistas que se mobilizou hoje em Uberaba, espero que seja um exemplo para os advogados das demais áreas de Uberaba, bem como paras os demais advogados trabalhistas de Minas Gerais e, quiçá, de todo país e, também, para nossos clientes, em especial para os trabalhadores, pequenos comerciantes e pequenos empresários que são o público da Justiça do Trabalho, em sua grande maioria.
A lição que fica do dia de hoje, 10.12.2015 é sucinta e teve eco entre um segmento que até poucos dias atrás ninguém acreditava em sua capacidade de mobilização, eis:
SÓ A LUTA MUDA A VIDA! - Feliz por ter participado ativamente disso.
Adriano Espíndola Cavalheiro é advogado militante e articulista da Agência de Notícias Alternativas. Mantém o blog Defesa do Trabalhador - (blog integrante da rede ANOTA). É presidente da Comissão de Movimentos Sociais da OAB de Uberaba/MG
Contato: defesadotrabalhador@terra.com.br
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