sexta-feira, 17 de maio de 2013

Ex-ditador da Argentina morre na prisão


   O ex-ditador da Argentina, Jorge Videla, morreu, aos 87 anos, nesta sexta-feira, dia 17, de causa ainda não revelada. Ele cumpria prisão perpétua por comandar o aparato que matou mais de 30 mil pessoas em seu país.

   Videla encabeçou o golpe de 24 de março de 1976 que derrubou o governo de Isabel Perón e deu início a um período de forte repressão na Argentina. Sob seu comando, o país conviveu com casos de sequestros, desaparecimentos e torturas de quem se opusesse ao regime. O governo de Videla foi considerado um dos mais cruéis e repressores da América Latina.

   Estima-se que durante o seu governo mais de 500 bebês (filhos de guerrilheiros e militantes desaparecidos) foram sequestrados e entregues a famílias de militares. Videla ficou no poder entre 1976 e 1983. Ainda hoje, mães e avós mantêm uma campanha de busca aos sequestrados.

Condenação
   Na década de 80, após a queda do regime militar, ele chegou a ser julgado e condenado, mas foi beneficiado pela lei de anistia. Videla só voltou aos tribunais em 2010, com a revogação da lei que beneficiava os criminosos da ditadura. Em novo julgamento, o ditador foi condenado à prisão perpétua por crimes de lesa-humanidade.

   No Brasil, os crimes cometidos pelo regime militar, entre 1964 e 1985, continuam impunes. Assim como Argentina, a ditadura promoveu sequestros, assassinatos e torturas contra os opositores ao regime. Entretanto, a Leia da Anistia brasileira não permite a punição dos criminosos. Na Argentina, desde 2010 aconteceram mais de 700 julgamentos.

   Hoje, a Comissão Nacional da Verdade investiga os crimes cometidos durante a ditadura brasileira, mas tem trabalho limitado, pois ninguém pode ser preso.

   “O Brasil precisa rever a Lei da Anistia e punir com rigor todos aqueles que mataram e torturaram em nome da ditadura. A Justiça Argentina é um exemplo a ser seguido por nosso país”, afirma o secretário-geral do Sindicato, Luiz Carlos Prates, o Mancha.

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