terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Luta da ocupação Pinheirinho consegue impedir expulsão de moradores


Foto: CSP-Conlutas
   A resistência dos moradores da ocupação Pinheirinho, localizada na cidade de São José dos Campos, em São Paulo, venceu o poder da especulação imobiliária. A Justiça Federal suspendeu a ordem de expulsão das cerca de mil e 600 famílias da comunidade.

   A decisão impede temporariamente a ação da Polícia Militar e a reintegração de posse do terreno, que estava marcada para esta terça-feira (17). Cerca de 2 mil policiais participariam da ação de despejo em massa.

   Após dias de pressão, a tensão foi substituída pela alegria na notícia nesta manhã. Muitas palavras de ordem, fogos, choro e comemorações tomam conta da ocupação. Pinheirinho, cercada pelos policiais de madrugada, viu um ônibus queimar do lado de fora da comunidade.

   Os policiais acusaram os moradores. No entanto, os moradores negam e dizem que esta é uma tentativa de criar antipatia da sociedade com a luta da ocupação Pinheirinho. Preocupados com possíveis agressões do aparato policial, improvisaram uma tropa que pretendia se proteger com escudos de plástico, pedaços de madeira e capacetes de motoqueiros.

   Conscientes do direito à moradia, os moradores se reuniam frequentemente em assembleias lotadas. Dos jovens a idosos, a maioria ressaltou que não sairia do local. Caso a polícia  militar resolvesse entrar, esperavam um “banho de sangue”.

   Valdir Martins, o Marrom, uma das lideranças do movimento, ressalta que a permanência da Pinheirinho não é apenas uma vitória da comunidade de São José dos Campos, mas de “todos os trabalhadores que lutam no país”. O terreno, que tem 1 milhão e 300 mil metros quadrados, ficou abandonado por 30 anos antes da ocupação Pinheirinho.

Marrom, liderança na comunidade, fala sobre o processo de luta dos moradores (áudio: Brasilatual)
Marrom diz que os governos municipal e estadual estão do lado da especulação imobiliária. (áudio: Brasilatual)

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