por Adriano Espíndola Cavalheiro, de Uberaba (MG).
Especial para ANOTA.
Como todos sabem, sempre comemorei o Natal e creio que continuarei comemorando sempre. Primeiramente o fazia, alimentado por ilusões que foram incutidas em nossas cabeças, ainda crianças. Uma delas era a que dizia que o Natal era o dia no qual um bom homem, de idade avançada, visitava-nos enquanto dormíamos, trazendo presentes. Prêmios ao nosso comportamento durante o ano.
O interessante é que, mesmo a grande maioria das crianças de minha geração, pela limitação financeira de nossos pais, ganhando presentes que não eram exatamente aqueles que tínhamos pedido, continuávamos acreditar naquele velho imaginário que nos condicionaram a chamar de Papai Noel. Mais interessante ainda é que, mesmo sabendo que o senhor em comento nunca existiu, depois de adultos, a maioria de nós, com raríssimas e honrosas exceções, assumiu o papel de dar continuidade à reprodução de Noel, fazendo com os nossos filhos, o que nossos pais fizeram conosco, e antes deles, nossos avós com eles (...): incutir em suas cabecinhas a ilusão do Papai Noel.
Assim, tenho que reconhecer que, mesmo não existindo, o papai noel é maravilhosamente esplendido, pois se vale daqueles que um dia enganou para continuar existindo. Ele consegue fazer que os adultos de hoje, que foram iludidos sobre sua existência enquanto crianças, iludam novas gerações de crianças, o que vem se repetindo geração por geração. É, como disse um dia a Banda Ratos de Porão, um velho batuta, valendo apenas acrescentar que essa capacidade de Papai Noel não é resultante de nenhuma magia deste ser, que acreditávamos mágico, mas sim fruto de uma ideologia a serviço do sistema capitalista, pois o Natal Noel é o momento no qual as pessoas mais gastam no comércio, sendo essa uma data fundamental para a economia e, por conseguinte, aos lucros dos capitalistas. Velho batuta, filho da p.