Foto: Erick Dau |
Por APN
Ativistas vão manter a luta contra a entrega do Maracanã a empresas privadas e denunciam favorecimento a Eike Batista. Na Justiça tentam anular licitação.
Concentrados desde as 7 horas, cerca de 500 manifestantes caminharam do Largo do Machado à Rua Pinheiro Machado, em frente ao Palácio Guanabara, no Rio, nesta quinta-feira (11), em protesto contra a concessão do Maracanã por 35 anos, numa concorrência de cartas marcadas. Os envelopes só foram abertos após o término do ato que se estendeu até as 11h30.
Participaram do protesto contra a privatização do Maracanã – patrimônio público nacional – ativistas do movimento de resistência “O Maraca é Nosso”, da campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso, sindicalistas, estudantes, punks, militantes do movimento sem teto vinculados à FIST, índios e apoiadores da Aldeia Maracanã, atletas contrários à destruição da pista de atletismo Célio de Barros, pais e professores da escola municipal Friedenreich, representantes de partidos políticos como o PSOL, PSTU e PCR, de centrais sindicais (CSP-Conlutas e Intersindical), Sindipetro-RJ, Frente Nacional dos Petroleiros (FNP), dentre outros setores da sociedade, contrários às privatizações e à elitização do Rio.
Enquanto o ato público acontecia do lado de fora do Palácio Guanabara, do lado de dentro encenavam um arremedo de audiência pública. O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) disse que na manhã desta quinta-feira, seu partido entrou com junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, pedindo o julgamento do mérito da liminar cassada durante a madrugada. Freixo afirma que um dos consórcios concorrentes participou do estudo de viabilidade do projeto do Complexo do Maracanã e também da elaboração do edital, o que é totalmente ilegal:
“É função do parlamentar fiscalizar o executivo. Só estamos cumprindo com o nosso dever. O Estado investiu R$1,7 bilhão nas obras do Complexo do Maracanã e não vai recuperar sequer 10% disso” – denunciou Freixo. Ele também anunciou que entrará na Justiça para anular a licitação, argumentando que a lei foi descumprida, ao não permitir a entrada do público na sua instalação.
Armação ilimitada
Ontem, durante o dia, a expectativa era de que não houvesse leilão. O Ministério Público conseguiu uma liminar, suspendendo a licitação do Complexo Maracanã, por evidente favorecimento a um dos concorrentes, que inclui o empresário Eike Batista, através da empresa IMX Venues, Odebrecht Participações e Investimentos, AEG Administração de Estádios do Brasil: as três reunidas no Consórcio Maracanã S.A. Eike Batista teria informações privilegiadas. Mas a liminar foi derrubada durante a madrugada.
Já na quinta-feira, data marcada para a licitação denunciada como de “cartas marcadas”, o governador esperou que os protestos em frente ao Palácio Guanabara terminassem para autorizar a abertura dos envelopes. O segundo e último envelope aberto foi do consórcio "Complexo Esportivo e Cultural do Rio de Janeiro", com as empresas OAS SA, Amsterdam NV (de origem holandesa) e Lagardère Unlimited (da França). A empresa da Holanda é responsável pala Amsterdam Arena, do Ajax, enquanto a francesa atua na área de marketing esportivo internacional.
A data em que o vencedor será anunciado ainda não foi marcada, mas no bolo das apostas o consórcio do Eike Batista sai na frente. O segundo concorrente não teria apresentado todos os documentos necessários. A Comissão Especial de Licitação instituída para cuidar do processo é formada por Luiz Roberto Silveira Leite (presidente) e Angela Leite (primeira-secretária), ambos da Casa Civil, e Sandra Vigné Lo Fiego, representante da unidade de PPP (parceria público-privada) da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag).
O carro de som do Sindipetro-RJ permaneceu em frente ao Palácio Guanabara durante todo o ato, coordenado pelos diretores Emanuel Cancella e Eduardo Henrique. No encerramento, foi seguido por uma viatura da PM. Na esquina das ruas Marques de Olinda com Muniz Barreto, em Botafogo, o carro foi detido com os dois diretores, além da jornalista Fátima Lacerda, do assessor Ronaldo Moreno e do motorista Rui. Permaneceu cerca de uma hora a espera do reboque, mas acabou liberado.
Concentrados desde as 7 horas, cerca de 500 manifestantes caminharam do Largo do Machado à Rua Pinheiro Machado, em frente ao Palácio Guanabara, no Rio, nesta quinta-feira (11), em protesto contra a concessão do Maracanã por 35 anos, numa concorrência de cartas marcadas. Os envelopes só foram abertos após o término do ato que se estendeu até as 11h30.
Participaram do protesto contra a privatização do Maracanã – patrimônio público nacional – ativistas do movimento de resistência “O Maraca é Nosso”, da campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso, sindicalistas, estudantes, punks, militantes do movimento sem teto vinculados à FIST, índios e apoiadores da Aldeia Maracanã, atletas contrários à destruição da pista de atletismo Célio de Barros, pais e professores da escola municipal Friedenreich, representantes de partidos políticos como o PSOL, PSTU e PCR, de centrais sindicais (CSP-Conlutas e Intersindical), Sindipetro-RJ, Frente Nacional dos Petroleiros (FNP), dentre outros setores da sociedade, contrários às privatizações e à elitização do Rio.
Enquanto o ato público acontecia do lado de fora do Palácio Guanabara, do lado de dentro encenavam um arremedo de audiência pública. O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) disse que na manhã desta quinta-feira, seu partido entrou com junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, pedindo o julgamento do mérito da liminar cassada durante a madrugada. Freixo afirma que um dos consórcios concorrentes participou do estudo de viabilidade do projeto do Complexo do Maracanã e também da elaboração do edital, o que é totalmente ilegal:
“É função do parlamentar fiscalizar o executivo. Só estamos cumprindo com o nosso dever. O Estado investiu R$1,7 bilhão nas obras do Complexo do Maracanã e não vai recuperar sequer 10% disso” – denunciou Freixo. Ele também anunciou que entrará na Justiça para anular a licitação, argumentando que a lei foi descumprida, ao não permitir a entrada do público na sua instalação.
Armação ilimitada
Ontem, durante o dia, a expectativa era de que não houvesse leilão. O Ministério Público conseguiu uma liminar, suspendendo a licitação do Complexo Maracanã, por evidente favorecimento a um dos concorrentes, que inclui o empresário Eike Batista, através da empresa IMX Venues, Odebrecht Participações e Investimentos, AEG Administração de Estádios do Brasil: as três reunidas no Consórcio Maracanã S.A. Eike Batista teria informações privilegiadas. Mas a liminar foi derrubada durante a madrugada.
Já na quinta-feira, data marcada para a licitação denunciada como de “cartas marcadas”, o governador esperou que os protestos em frente ao Palácio Guanabara terminassem para autorizar a abertura dos envelopes. O segundo e último envelope aberto foi do consórcio "Complexo Esportivo e Cultural do Rio de Janeiro", com as empresas OAS SA, Amsterdam NV (de origem holandesa) e Lagardère Unlimited (da França). A empresa da Holanda é responsável pala Amsterdam Arena, do Ajax, enquanto a francesa atua na área de marketing esportivo internacional.
A data em que o vencedor será anunciado ainda não foi marcada, mas no bolo das apostas o consórcio do Eike Batista sai na frente. O segundo concorrente não teria apresentado todos os documentos necessários. A Comissão Especial de Licitação instituída para cuidar do processo é formada por Luiz Roberto Silveira Leite (presidente) e Angela Leite (primeira-secretária), ambos da Casa Civil, e Sandra Vigné Lo Fiego, representante da unidade de PPP (parceria público-privada) da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag).
O carro de som do Sindipetro-RJ permaneceu em frente ao Palácio Guanabara durante todo o ato, coordenado pelos diretores Emanuel Cancella e Eduardo Henrique. No encerramento, foi seguido por uma viatura da PM. Na esquina das ruas Marques de Olinda com Muniz Barreto, em Botafogo, o carro foi detido com os dois diretores, além da jornalista Fátima Lacerda, do assessor Ronaldo Moreno e do motorista Rui. Permaneceu cerca de uma hora a espera do reboque, mas acabou liberado.
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